Datadas do século 19, as lápides contam o emocionante desfecho de um romance que nem mesmo a morte pôde separar
Giovanna de Matteo / Atualizado por Pamela Malva Publicado em 26/09/2021, às 10h00
Em meados do século 19, cada religião ocupava um diferente terreno sagrado do cemitério de Roermond, na Holanda. Separados por altos muros, um setor guardava os restos de protestantes, enquanto o outro garantia o descanso dos católicos.
A persistência de um casal, contudo, superou até mesmo os limites da vida e da fé para que ambos pudessem permanecer juntos após a morte. De um lado, Josephina Caroline Petronella Hubertine van Aefferden, de 68 anos, cresceu em uma família católica. Do outro, Jacob Werner Constantin van Gorcum, 71, era protestante.
Infelizmente, a diferença de fé, que não lhes foi um obstáculo durante os 38 anos em que viveram juntos, finalmente viria à tona na hora de suas mortes.
Em 1880, quando Jacob faleceu, o militar foi sepultado ao lado do muro que divide as áreas das duas religiões no cemitério. Anos mais tarde, em 1888, Josephina exigiu que um túmulo fosse comprado no setor católico, em uma área muito próxima à de seu marido — ambos separados apenas por um muro de tijolos.
Sua lápide, então, foi construída de maneira idêntica à do companheiro. Os monumentos dos dois ultrapassaram a altura do paredão. No topo, sobre o muro, foram colocadas duas mãos dadas, que uniram os dois túmulos, apesar de sua separação terrena.
Depois disso, o cemitério virou atração turística na cidade. Até hoje a construção encanta e emociona os visitantes, que interpretam o monumento como prova de um amor que nem a religião e nem a morte conseguiram separar.
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