Marita Lorenz e Fidel Castro - Divulgação
Cuba

Mata Hari do Caribe: a amante de Fidel Castro que era espiã

Marita Lorenz foi enviada a Cuba com o intuito de matar o controverso líder, mas apaixonada por ele, foi incapaz de concretizar tal plano

Redação Publicado em 04/02/2020, às 16h10

Fidel Castro conseguiu sobreviver a mais de 600 planos de assassinato em sua vida — a CIA teve ideias incrivelmente mirabolantes para tentar eliminar o líder cubano. Algumas jamais foram colocadas em prática. Outras só não o mataram por sorte.

"Me sentia incapaz de cumprir a missão que Frank Fiorini  tinha me passado. Não ia matar Fidel, não falhei, como outras centenas que tentaram o mesmo depois. Simplesmente era incapaz e não me arrependo", disse a espiã Marita Lorenz ao El País em 2015.

Lorenz, aos seus 19 anos, viajou junto com sua família de barco para a ilha caribenha em fevereiro de 1959. Conheceu Castro em Havana, e o cubano encantou-se com a embarcação de seu pai, permanecendo dentro dela, junto de seus comparsas, por um período considerável.

Marita Lorenz em Cuba / Crédito: Divulgação

 

A garota de mãe americana e pai alemão também agradou o revolucionário, e os dois viveram um intenso romance que durou oito meses — até ela voltar para Miami. Ela alega que foi lá que a CIA a recrutou para uma missão que tinha como intuito assassinar seu ex-amante.

"Me tornei sua amante e fiquei grávida. Em Cuba, fui drogada e forçada ao que classificaram como aborto. Décadas depois fiquei sabendo que meu filho tinha sobrevivido e se chamava Andrés. Alguém pode imaginar o que isso significa para uma mãe, de quem levam seu bebê em uma mesa de operação e que sai de Cuba com o ventre vazio?", questiona.

Marita Lorenz em Cuba / Crédito: Divulgação

A Operação 40, como ficou conhecida, era um plano que contava com a colaboração da

CIA, FBI, exilados cubanos nos EUA e a máfia — além da própria Lorenz. Para realizar tal ação, ela recebeu da agência de inteligência civil pílulas envenenadas, que deveriam ser levadas de Miami até Havana.

A “Alemanita”, apelido dado por Castro a ela, com medo que pudessem descobrir o plano no aeroporto, guardou os comprimidos que deveriam matar seu amante dentro de um pote de creme facial.

Mesmo que realmente tivesse a intenção de usá-las em seu plano, isso não seria possível. Ao abrir o recipiente, em seu quarto do hotel Habana Libre, notou que eles estavam completamente inutilizáveis: haviam derretido durante a viagem. Restava apenas uma massa pastosa que provavelmente não conseguiria concretizar o esquema da CIA.

"Joguei fora pelo bidê. Não descia pela descarga e tive que empurrá-la até que desapareceu completamente. Então me senti livre”, relata. Apaixonada pelo líder revolucionário, a mulher afirma que seria incapaz de acabar com sua vida. "Não me arrependo de não ter matado Fidel, pelo contrário: é a decisão da qual mais me orgulho em minha vida”.


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