Palco do massacre ordenado por Jim Jones, o terreno da mata amazônica localizado na Guiana passou por alterações para apagar o passado macabro
Wallacy Ferrari Publicado em 24/08/2020, às 10h44
Em 11 de novembro de 1978, o assassinato do deputado Leo Ryan e outras 4 pessoas após uma visita ordenada pelo governo americano para avaliar as condições da seita de Jim Jones mobilizou a movimentação que, dias depois, ocasionaria no maior suicídio em massa da história da humanidade.
Jonestown, cidade utópica do Templo do Povo — organização religiosa do missionário Jim Jones — seria palco para uma organização de família autossustentável instalada no oeste da Guiana, construída para ser uma comunidade rural, mas com solo infértil e água doce escassa.
Além de todas as adversidades, a alienação religiosa do líder surtiu efeito em 18 de novembro do mesmo ano, quando mais de 900 pessoas tomaram o veneno diluído em suco-em-pó oferecido pelos organizadores da seita, com apenas 35 sobreviventes.
Revisitando Jonestown
Buscando reabilitar a memória das vítimas com respeito às famílias e ao governo local, a San Diego State University administra o The Jonestown Report com o Departamento de Estudos Religiosos da Instituição, sendo uma espécie de jornal com um extenso acervo e contato direto com pessoas que estiveram presentes na seita. Com isso, organizam encontros e pesquisas relacionadas ao fenômeno social.
Por isso, são responsáveis por visitas de frequência anual até a Guiana, onde reproduzem trajetos ordenados por Jim Jones aos membros do Templo do Povo. O reencontro mais recente, realizado em 2018, relembrou o aniversário de 40 anos do trágico suicídio em massa com duas cerimônias — uma realizada em Orlando, na Flórida, homenageando sobreviventes, e outra, em viagem de familiares e estudantes para o local do templo.
Logo na chegada, é possível observar o território que antes era ocupado pela Jonestown já tomado pela floresta; mesmo estimulado pelo governo por movimentar a economia local de Port Kaituma, a seita foi instalada em uma zona de reserva ecológica, tendo estruturas como casas e galpões derrubados por agentes do meio-ambiente após o episódio.
O que ainda há
A área desmatada hoje é pequena, sendo de fácil observação aérea pelo buraco deixado na sequência de árvores. Para evitar o acesso, as placas que orientavam a chegada em Jonestown foram retiradas no início da década de 2010. Mesmo assim, os caminhos de terra ainda estão disponíveis até cerca de 1 quilômetro da área onde as casas foram montadas, possibilitando o prosseguimento do trecho a pé.
Durante a trilha, era possível localizar itens relacionados aos mortos, porém, ao longo dos anos, os mesmos foram recolhidos para estudos e devoluções para familiares. Um dos poucos artefatos da época que ainda estão presentes é uma enferrujada caminhonete, justo a diversas engrenagens espalhadas pela mata.
O memorial, instalado logo após a tragédia, é higienizado a cada visita, de maneira que permaneça polido e legível, entretanto, já está sendo tomado pelo matagal ao seu redor. A pedra contém a inscrição “Em memória das vítimas da tragédia de Jonestown”, em inglês.
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