Mãe Bernadete, vítima do crime que será tema do novo episódio do Linha Direta - Reprodução/TV Globo
Linha Direta

Mãe Bernadete: Conheça caso do novo episódio do Linha Direta

Em agosto de 2023, cinco homens invadiram o Quilombo Pitanga de Palmares, na Bahia, e assassinaram a líder Mãe Bernadete; relembre o caso!

Éric Moreira Publicado em 22/05/2024, às 18h00

Na quinta-feira, 23, o novo episódio do Linha Direta — exibido às 23h15 na TV Globo — resgatará os eventos em torno do crime que chocou a Bahia em agosto do ano passado: o assassinato de Mãe Bernadete.

Líder do Quilombo Pitanga de Palmares, localizado entre as cidades de Simões Filho e Candeias, na região metropolitana de Salvador, Mãe Bernadete foi assassinada no dia 17 de agosto, depois que um grupo de homens invadiu o terreiro do quilombo, amarrou pessoas e executou a líder quilombola.

Apresentado pelo jornalista Pedro Bial, o programa vai apresentar entrevistas com familiares de Mãe Bernadete, além de trazer detalhes sobre a investigação do caso.

+ Líder quilombola Bernadete Pacífico é assassinada a tiros em Salvador

Pedro Bial, apresentador do 'Linha Direta' / Crédito: Reprodução/TV Globo

 

O crime

Era noite de 17 de agosto de 2023, quando bandidos armados invadiram o terreiro da Comunidade Remanescente de Quilombo Pitanga de Palmares, amarraram pessoas que estavam por lá, mas executaram objetivamente Mãe Bernadete, a tiros. Antes da fuga, eles ainda levaram os celulares dos familiares, e então escaparam com as mesmas motos em que chegaram no local.

Quem denunciou o crime à polícia foi o neto de Bernadete, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, de 22 anos, que estava com ela na noite do crime. Além dele, também estavam presentes outros dois adolescentes, de 12 e 13 anos, segundo o g1.

Na ocasião, Wellington, que teve seu celular roubado, utilizou um aplicativo de mensagens que tinha aberto no computador e pediu socorro a outras pessoas do quilombo. Então, deixou os outros dois adolescentes com um vizinho, foi até o terreiro, e ligou para a polícia. Infelizmente, Mãe Bernadete já estava morta.

Mãe Bernadete / Crédito: Reprodução/TV Globo/Jornal Nacional

 

Investigação

Segundo o Correio 24 Horas, ainda em novembro do ano passado, cinco homens foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia como suspeitos de participarem no crime: Arielson da Conceição Santos, Josevan Dionísio dos Santos, Marílio dos Santos, Sérgio Ferreira de Jesus e Ydney Carlos dos Santos de Jesus. Mas estes podem não ser todos os envolvidos.

No ano passado, três homens foram presos por envolvimento no crime, e não tiveram seus nomes divulgados. Porém, sabe-se que um deles pode ter sido um dos executores do crime; o outro seria suspeito de guardar as armas utilizadas; o terceiro seria o responsável por roubar os celulares da líder quilombola e dos outros familiares.

Porém, as figuras mais destacadas pelas autoridades são Marílio dos Santos, também chamado de "Maquinista" ou "Gordo"; Ydney Carlos dos Santos de Jesus, conhecido como "Café"; e Josevan Dionisio dos Santos, também chamado de "BZ" ou "Buzuim", sendo inclusive incluídos no chamado "Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública (SSP)", que lista os foragidos mais perigosos da Bahia.

O "Gordo", no caso, é colocado como a carta mais alta do naipe, o "Ás de Ouros", apontado como uma das lideranças de um grupo criminoso que atua em Simões Filho e em São Sebastião do Passé, e mandante e mentor intelectual da operação para o assassinato de Mãe Bernadete.

Como "Dama de Ouros" está o "Café", gerente do tráfico de drogas local, subordinado e 'braço direito' de Marílio, auxiliando diretamente no plano de execução da líder quilombola.

Representado como o "Nove de Ouros" do Baralho do Crime, está "Buzuim", que já era foragido por homicídio e roubo. Ele teria recebido a ordem de execução e seria um dos executores imediatos sob mando de Marílio e instruções de Ydney.

Marílio dos Santos, Ydney Carlos dos Santos de Jesus e Josevan Dionisio dos Santos, respectivamente / Crédito: Divulgação/SSP-BA

 

A motivação para o assassinato de Mãe Bernadete seria que a gestão da líder sobre o quilombo conflitava com os interesses dos líderes do tráfico da região, impedindo que o comércio se expandisse na área. Agora, os três homens mencionados seguem foragidos pela Justiça.

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