Entenda mais sobre o curioso projeto urbano que parece saído de um filme de ficção científica
Ingredi Brunato Publicado em 02/07/2023, às 10h34
Em janeiro de 2021, Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, surpreendeu o mundo ao anunciar a ambiciosa cidade inteligente que queria construir no meio do deserto: chamada de "The Line" em referência ao seu formato inusual, a megalópole de aparência futurista consistiria em dois arranha-céus espelhados um na frente do outro.
As duas construções estão planejadas para terem nada menos que 170 quilômetros de comprimento, além de 500 metros de altura — o que as tornariam mais altas que alguns dos edifícios mais impressionantes do mundo, como o Empire States, localizado nos Estados Unidos.
Outro aspecto importante do projeto urbano é sua pegada ecológica: prevê emissões neutras de carbono, energia de fontes renováveis e ter seu próprio microclima.
Adicionalmente, a megacidade não possuirá estradas, uma vez que a ideia é que as 9 milhões de pessoas calculadas para morar nela não usem carros para se locomover, e sim outros métodos de transporte mais sustentáveis.
Assim, o plano é que a megalópole, embora altamente tecnológica, coexista harmoniosamente com a natureza. Pensando nisso, vale mencionar que a Arábia Saudita enriqueceu graças à comercialização do petróleo, que não é renovável e emite gases responsáveis pelo efeito estufa.
Em anos mais recentes, todavia, o príncipe saudita vem mostrando interesse em empreendimentos mais ecologicamente conscientes.
"The Line" surpreende por parecer saída de um filme de ficção científica, e seus críticos concordam: o maior argumento a ser levantado em oposição à iniciativa é justamente que ela não é plausível na realidade.
Apesar disso, já estão em andamento desde 2022 as obras que pretendem tirar a megalópole dos sonhos de seus idealizadores e trazê-la para o deserto saudita.
O orçamento estimado para concretizá-la, aliás, é tão impressionante quanto qualquer outra caraterística do projeto: a princípio, a proposta era de que a megacidade custaria 500 bilhões de dólares, que é equivalente a 2,4 trilhões de reais.
Segundo uma matéria recente do portal New Arab, no entanto, essa estimativa vem aumentando, e já alcança 1 trilhão de dólares — ou cerca de 4,8 trilhões de reais na cotação atual.
O prazo de conclusão da The Line é outro elemento que aumentou desde que seu anúncio inicial. Antes, as autoridades sauditas prometiam que o local estaria pronto para receber moradores em 2030, mas agora os relatórios a respeito da iniciativa afirmam que a finalização ocorrerá em 2050.
Essa extensão do prazo tem múltiplas causas, como o próprio financiamento estratosférico exigido pelo projeto de engenharia, mas também os desafios tecnológicos que precisam ser superados para que o estilo de vida futurista da proposta seja possível.
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