Alvo de boatos, o túnel do Solar da Marquesa de Santos, na verdade, possuía uma função muito útil
Isabelly de Lima Publicado em 19/03/2023, às 16h00 - Atualizado em 24/01/2024, às 15h26
O Solar da Marquesa de Santos é um ponto turístico importante do centro histórico da cidade de São Paulo. Localizado na Rua do Carmo, o casarão que já foi de Domitila de Castro marcou uma fase importante da cidade, assim como marcou a expansão urbana da megalópole paulistana.
O casarão se tornou a residência de Domitila em 1834, enquanto estava casada com Brigadeiro Leme. Lá ela viveu durante 33 anos, até o ano de sua morte, 1867, aos 69 anos de idade. Sem dúvidas, carrega história nas paredes.
Até os dias atuais, as paredes rosas continuam encantando o centro da cidade e abriga o Museu da Cidade de São Paulo, atraindo muitos visitantes. O lugar também atrai as pessoas por seu contexto histórico, trazendo a sensação de voltar ao passado.
Ainda que a construção tenha passado por diversas modificações e restaurações ao longo do tempo, algumas coisas se mantém as mesmas no local, como áreas externas e um cômodo dentro do prédio, que possui a famosa “banheira da Marquesa” — mesmo que nada comprove que a banheura tenha pertencido a ela.
No cômodo do interior da residência, as paredes continuam com o mesmo material, inclusive, os vitrais seguem intactos. Mas o local possui um detalhe curioso: um túnel, que acumula boatos em seu entorno.
Ao longo do tempo, muitas pessoas pensaram em histórias para explicar a utilidade do túnel da casa. Um boato mirabolante até mesmo diz que seria uma passagem para que Dom Pedro I fosse até a residência da Marquesa sem ser visto, para alimentar o romance que nunca teria tido um fim.
O túnel possui alguns degraus, mas não é espaçoso. É apertado e até pode ser considerado pequeno, mas caberia perfeitamente uma pessoa, dando suporte à ideia de que aquilo poderia ser um caminho para o amor proibido mais famoso da história brasileira.
No entanto, o túnel não poderia, de nenhuma forma, ser uma passagem para o imperador. O escritor e pesquisador Paulo Rezzutti explica ao Aventuras na História, que o boato não pode ser real, cronologicamente falando.
Na verdade, o que pode ser, por algumas perícias arqueológicas feitas, mas não concluídas, é que aquele buraco no chão seria o poço da casa. Então, seria, inicialmente, o lugar de pegar água da casa, dentro da casa, então não tem nada a ver com Dom Pedro I".
Segundo Paulo, quando a residência foi comprada por Domitila de Castro, Dom Pedro I já estava em Portugal. Cerca de 3 meses após a data da compra, o imperador faleceria de tuberculose, logo, Pedro nunca chegou a ver de perto a propriedade.
Ainda de acordo com Paulo Rezzutti, esse túnel não é o único que acumula rumores: "Sempre tem isso né, essas passagens. No Rio de Janeiro também, falam que tem uma passagem da Quinta de São Cristóvão para o palacete que ele deu para ela, mas isso é tudo lenda urbana".
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