Fotografia de Pedro Dom - Divulgação / Polícia
Personagem

Invadia apartamentos: Os aterrorizantes crimes de Pedro Dom

Saga do assaltante que invadiu diversos imóveis da Zona Sul do Rio de Janeiro virou tema de série do Prime Video

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 13/07/2021, às 19h43

No início de junho deste ano, a Amazon lançou uma série brasileira original chamada “Dom”. A produção, que é baseada em fatos reais, conta a trajetória de Pedro Dom, um violento criminoso que roubou diversas casas e apartamentos no Rio de Janeiro antes de morrer durante uma troca de tiros com a polícia

Ele e sua quadrilha atuaram durante dois anos, 2004 e 2005, antes que o bandido fosse encurralado por uma operação que havia sido longamente planejada.

Uma matéria deste ano do G1 relembrou a trajetória criminosa do assaltante carioca e os esforços dos oficiais que foram responsáveis por colocar um fim ao terror que ele vinha causando na Zona Sul do Rio. 

Quem era Dom

Fotografia de Pedro Dom tirada na cadeia / Crédito: Divulgação/ Polícia Civil do Rio de Janeiro 

 

Pedro Machado Lomba Neto era um jovem de classe média. Filho de um policial aposentado, também sofria com o vício em drogas. Ele costumava estar sob efeito das substâncias que usava quando cometia seus crimes, que consistiam na invasão de algum domicílio na companhia de comparsas.

Lá dentro, ocorria a realização de agressões físicas e verbais aos residentes no processo de descobrir onde estavam localizados os bens de valor. Pedro foi acusado de desferir tapas ou então espetar os moradores com garfos e facas. 

Outro método comum usado pelo bandido era de ameaçar as pessoas com uma granada - muitas vezes, o carioca retirava o pino do artefato bélico para assustar suas vítimas, e depois o colocava de volta, uma prática perigosa e que pode terminar provocando uma explosão de fato. 

A quadrilha de Dom furtou carros, celulares, roupas e um diverso volume de joias diferentes. 

"Imagine você na sua casa, que é o lugar onde você se sente mais seguro, onde você se despe de qualquer medo. Você sempre imagina: chegar em casa quer dizer estou seguro. E, de repente, você acorda com uma arma na cabeça de sua mãe ou vê o assaltante agredindo as pessoas ou usando uma granada. Isso é um trauma para uma vida toda", descreveu o delegado Eduardo Clementino Freitas em entrevista ao G1. 

Eduardo foi um dos profissionais envolvidos na investigação do modo de operação de Pedro. Através do uso de escutas telefônicas, por exemplo, os policiais determinaram que o criminoso sempre acabaria se escondendo após cometer suas infrações. 

O último assalto 

A noite de 14 de setembro de 2005 foi aquela em que os policiais cariocas colocaram um fim à carreira criminosa de Dom. Eles já sabiam de antemão a trajetória de fuga que o assaltante pretendia tomar, que envolvia a passagem na garupa de uma moto pelo túnel Rebouças. 

Dessa forma, os oficiais bloquearam a saída do local com uma viatura camuflada. Pedro lançou uma granada na direção dos oficiais, o que já era esperado por eles.

"A gente já esperava que ele fosse jogar a granada. Nas escutas, ele dizia que se deparasse com a polícia jogaria um abacaxi, uma bolinha, que era como o Pedro Dom se referia ao artefato. A gente se protegeu da explosão e um dos agentes atirou na roda traseira da moto", revelou o Eduardo Clementino ao G1. 

Ainda segundo o site, foi nesse momento que o bandido carioca acabou caindo do veículo, e seu parceiro partiu sem ele. Dom ainda tentou escapar a pé enquanto trocava tiros com os agentes da lei, porém a perseguição acabou terminando com sua morte. 

Críticas à série 

Apesar do sucesso da produção, vale notar que parte da família do criminoso não aprova a série. A irmã de Pedro, Erika Grandinetti, escreveu um desabafo em sua conta pessoal do Facebook em que expressou as satisfações familiares em relação à iniciativa. 

“Me chamo Erika, sou irmã mais velha de Pedro Dom. Infelizmente, meu papel neste exato momento é muito duro, ter de expor publicamente nosso desespero, vida familiar, dores, e impotências. Minha mãe, separada de meu pai, desde sempre ‘não’ a esse projeto. Mas sua voz não foi ouvida. Sua história de vida com seu filho, a morte de seu filho se tornou um produto, pronto para consumo”, escreveu ela, segundo repercutido pelo site Metrópoles. 


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