Em destaque no catálogo da Netflix, a ficção Inferno em La Palma se inspira na história real do vulcão Cumbre Vieja; entenda
Thiago Lincolins Publicado em 19/12/2024, às 20h40
A série La Palma, que estreou no último dia 12, e rapidamente conquistou um lugar entre os dez mais assistidos da plataforma de streaming Netflix no Brasil, narra a história de uma família durante suas férias de Natal na pitoresca ilha de La Palma.
No entanto, o descanso se transforma em pesadelo quando dois pesquisadores descobrem indícios de que uma erupção vulcânica na ilha é iminente. As consequências dessa erupção podem ser catastróficas, resultando num mega-tsunami que poderia atingir vários continentes.
Embora a trama não se baseie em fatos, a ilha de La Palma realmente existe e possui um histórico recente de desastres naturais. Além disso, a teoria aterrorizante sobre o mega-tsunami, apresentada na série da Netflix, já foi objeto de estudo por cientistas.
La Palma é uma das ilhas do arquipélago das Canárias, um conjunto de ilhas espanholas localizadas na costa noroeste da África, no Oceano Atlântico.
A ilha é famosa por sua paisagem vulcânica, águas cristalinas e densas florestas de pinheiros.
No enredo da série, os personagens Marie (interpretada por Thea Sofie Loch Næss) e Haukur (Ólafur Darri Ólafsson) identificam uma fissura no vulcão que indica que uma erupção está prestes a ocorrer. Essa erupção poderia causar o colapso do próprio vulcão, resultando em um mega-tsunami capaz de devastar áreas costeiras em diversos continentes.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), a hipótese de que o colapso de vulcões pode gerar enormes ondas oceânicas conhecidas como "mega-tsunamis" não é nova. Um estudo publicado em 2001 sugeriu que o colapso do vulcão em La Palma poderia provocar ondas de até 24 metros nas costas leste da América do Norte e do Sul.
No entanto, o USGS questionou essa teoria. Pesquisas recentes sobre mapeamento do fundo do mar e simulações modernas indicam que os colapsos vulcânicos ocorrem em incrementos menores ao invés de grandes pedaços que seriam capazes de causar ondas gigantescas.
Além disso, conforme repercutido pela Forbes, estudos modernos contradizem a teoria que inspirou a série.
"A ameaça de geração de mega tsunamis a partir de colapsos de estratovulcões de ilhas oceânicas foi muito exagerada. Não se pode esperar nenhum mega tsunami", escreveu George Pararas-Carayannis, editor do periódico Science of Tsunami Hazards.
No dia 19 de setembro de 2021, o vulcão Cumbre Vieja em La Palma entrou em erupção. Este evento marcou a primeira grande erupção da ilha em meio século, segundo informações do New York Times.
Um mês antes da erupção, milhares de pequenos sismos foram registrados, levando as autoridades a emitir alertas para os aproximadamente residentes da ilha.
A erupção de 2021 durou impressionantes 85 dias, tornando-se a mais longa já registrada na história da ilha. Embora não tenham ocorrido fatalidades, cerca de 7 mil pessoas foram evacuadas e mais de 3 mil propriedades foram destruídas, com extensas áreas destinadas à agricultura banana.
Os últimos tremores relacionados à erupção foram sentidos em 13 de dezembro de 2021.
A produção norueguesa foi majoritariamente gravada na verdadeira ilha de La Palma, mas algumas cenas também foram filmadas na vizinha, Tenerife, informa a revista People.
Locais específicos incluem a praia "de la Arena" e o luxuoso resort Isla Bonita. O verdadeiro Aeroporto de La Palma também fez parte das filmagens.
O Cumbre Vieja continua sendo considerado um dos mais ativos do arquipélago das Canárias. A monitorização constante da atividade vulcânica é essencial para garantir a segurança dos habitantes locais e dos visitantes da ilha.
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