Para conter uma guerra, a donzela teve que suportar do marido, Luís XIV, um comportamento promíscuo
Vanessa Centamori Publicado em 25/06/2020, às 11h39
A vida sentimental de Maria Teresa, que era Infanta de Espanha e Portugal e arquiduquesa da Áustria, começou com uma guerra colossal. Precisamente, devido ao conflito entre Espanha e França, que resultou no casamento com o próprio primo, o rei Sol, Luís XIV. Tudo em nome da paz e definitivamente não do amor.
O parente desconhecido tinha aparência exótica, com barriga saliente, bochechas rosadas e perucas longas. Por mais bizarro que pareça, era considerado sensual e muito desejado entre as francesas do século 17. Inicialmente, por apenas procuração, a união com o sedutor foi feita em Fuenterrabia, Espanha, em 7 de junho de 1660.
Casamento com o francês
A dama só foi conhecer o marido quando se despediu do pai, Filipe IV da Espanha, e entrou na França com parte da corte espanhola. Em 9 de junho daquele ano ocorreu outro matrimônio, dessa vez pra valer, que reuniu os pombinhos em uma celebração oficial na igreja Saint Jean the Baptist.
O primeiro ano de casamento dos dois foi bem tranquilo, aparentemente sem nenhuma traição. Maria Teresa foi descrita como uma mulher tímida e reservada, que acompanhava o rei em suas visitas oficiais.
Agora casada, ela estaria livre de todas as reivindicações ao trono de seu pai, na Espanha. No entanto, a renúncia dependia do pagamento de um grande dote, e isso nunca foi cumprido. De qualquer modo, o contato da rainha com suas raízes espanholas era mantido mais na relação amigável dela com a sogra (e tia), Ana da Áustria.
Até que o marido, conhecido como o autor da frase "O Estado sou Eu", começou realmente a ditar as regras não só no reino, mas também em seu casamento. A prioridade, ao que tudo indica, era dele, que traía Maria Teresa com várias amantes.
Apesar da infidelidade do absolutista, Maria engravidou de um filho dele no início de 1661. Era um menino, que nasceu mais tarde e foi chamado de Luís, o Grand Dauphin. O garoto, infelizmente, foi o único dos 5 filhos da espanhola com Luís XIV a chegar à vida adulta.
Traições
Enquanto isso, o Rei Sol mantinha inúmeras amantes. Ele teve tantas que, seu número de filhos é incerto (a estimativa diz que são pelo menos 18). A primeira relação extraconjugal de Luís XIV a render uma criança ilegítima foi com uma moça virgem de 16 anos, chamada Louise de La Vallière.
Ela permaneceu amante do monarca absoluto por dez anos. E passou por situações humilhantes, dando à luz em sigilo numa casa de Paris em março de 1663. Até que a mulher foi trocada por outra jovenzinha.
Essa tinha 20 anos de idade e já era casada. No entanto, tinha um apetite grandioso por sexo. Tanto que teve com o rei mandão um total de seis filhos em apenas dez anos — quatro eram do monarca insaciável, os outros dois do esposo chavelhudo.
Maria Teresa teve que suportar ainda mais duas amantes de Luís XIV. Françoise d’Aubigné, uma mulher viúva e recatada, e a pior delas — Francisca de Rochechouart, a Madame de Montespan, a qual o monarca conheceu em 1666.
Uma rival insuportável
Não bastasse a infidelidade, Maria Teresa aguentou humilhação das amadas do rei — muitas das quais só buscavam status e recompensas materiais. A Madame de Montespan queria humilhar a rainha, irritando à ela e seus amigos. "Esta prostituta é minha sentença de morte!", dizia.
Além disso, Luís XIV mimava as outras mulheres e como recompensa legitimava seus filhos ilegítimos. Isso era bom para aumentar as riquezas das donzelas, ainda que irritasse a corte e a Igreja. Boatos diziam até que o rei teve um caso promíscuo com a própria cunhada, Henriqueta Ana da Inglaterra. Mas seu comportamento adúltero pode ter tido um troco.
Escândalo envolvendo uma freira
Maria Teresa faleceu em 30 de julho de 1683. Após sua morte, surgiu um boato de que ela teria também tido uma relação fora do casamento com Luís XIV. O resultado foi o nascimento de Lousie Marie-Therese, conhecida como a Freira Negra de Moret. Assim como os filhos bastardos do rei, a freira também ganhou benefícios.
Em uma carta enviada em 13 de junho de 1685 pelo secretário da família real para M. De Bezons, foi garantido à beata uma pensão de 300 libras. No documento, Luís XIV teria oficializado a paternidade. De jeito ou de outro, reconhecê-la foi um preço que o rei teve que pagar, após trair a esposa por tantos anos.
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