Hoje, há 75 anos, vinte crianças judias usadas num experimento sobre tuberculose eram assassinadas para que a SS encobrisse seus crimes de guerra
André Nogueira Publicado em 20/04/2020, às 07h39
A Bullenhuser Damm foi uma escola de Hamburgo, na Alemanha, que foi usada pelos nazistas no final da guerra como campo de prisioneiros e espaço de atrozes experimentos em crianças estrangeiras, sob administração da SS e de nome Neuengamme. Lá, 20 jovens judeus foram usados como cobaias e muitos outros simplesmente assassinados naquele local.
Essas atrocidades foram a forma como o médico Kurt Heissmeyer achou de realizar os experimentos necessários para provar suas teses sobre a tuberculose e entrar na academia. Ele queria estipular que a injeção de bacilos da doença em corpos saudáveis agiria como uma vacina, partindo do pressuposto que raças inferiores mudariam os fatores de desenvolvimento do patógeno.
Então, ele usou crianças prisioneiras como pacientes, injetando a doença no sangue ou diretamente nos pulmões dos jovens, muitos deles soviéticos. Na fase inicial da pesquisa, focou-se no uso de crianças eslavas, mas logo o nazista desejou “compreender” a ação da tuberculose em judeus. Então, Josef Mengele escolheu 10 meninos e 10 meninas do campo de Auschwitz e mandou para Neuengamme.
Acompanhadas por três enfermeiras, uma médica (as quatro prisioneiras do campo) e um guarda da SS, as crianças chegaram a Hamburgo via trem. Diziam se tratar de infectados da febre tifoide, para afastar olhares curiosos. Curioso é o fato de que, na viagem, essas crianças foram muito bem tratadas: receberam leite, chocolate e alimentos, e lhes era prometido que estariam indo ver as próprias mães.
Todas elas foram infectadas com os bacilos em pouco tempo, e então tiveram seus linfonodos (células de defesa auxiliar nas axilas) removidos por cirurgia. Rapidamente, elas ficaram doentes e foram levadas ao Hospital Hohenlychen para estudo. Porém, o avanço dos Aliados no front ocidental levou Berlim a comandar a execução de todas as cobaias, apara que encobrissem os crimes cometidos naquele campo. No dia 20 de abril de 1945, as 20 crianças foram assassinadas.
Naquela macabra noite, 20 crianças e 30 prisioneiros soviéticos foram enforcados num porão naquela escola. Alguns tentaram escapar, levando tiros que os impediram. Logo antes, de acordo com um relato de oficial da SS, aqueles jovens "sentaram-se nos bancos ao redor e ficaram alegres e felizes por terem sido autorizadas a sair de Neuengamme. As crianças eram completamente inocentes".
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