Donald Trump e Barack Obama apertando as mãos - Reprodução
Cultura

Quem inventou o aperto de mão?

O ato é um antigo gesto ritualístico ainda em voga. Entenda a origem desse costume

Redação AH Publicado em 20/02/2019, às 11h00

Hieróglifos egípcios são as mais antigas inscrições que registram o aperto de mão. Era representado como a maneira que um Deus concedia seu poder ao faraó, sua representação na Terra. Os hieróglifos significam o verbo "dar". Apertar a mão direita de outra pessoa é um ritual contemporâneo. Como é praticado o tempo todo, de certa forma perdeu o sentido de união entre duas pessoas por um propósito comum. Mas ainda significa respeito, consideração e amizade.

Na Grécia antiga, por volta do século 5 a.C., era tradição, pouco antes dos Jogos Olímpicos, um emissário percorrer as cidades anunciando a ekcheiria (o "aperto de mão"), ou trégua, um momento sagrado em que mesmo os que estivessem em guerra deveriam guardar as armas para competir pacificamente no esporte. E as guerras de fato eram interrompidas. No Império Romano, tornou-se tão popular o hábito de esconder um punhal na manga que se desenvolveu uma saudação precavida, na qual as mãos apertavam o pulso do outro. Tornou-se a saudação-padrão do Império.

Apertos de mão codificados são uma maneira de reconhecer outro integrante de uma sociedade secreta. Ao estender a mão, os maçons, por exemplo, tocam o pulso do companheiro com o indicador. "No mundo moderno, a saudação por aperto de mãos tornou-se universal pelo domínio da cultura do Ocidente", diz o antropólogo da Unicamp Pedro Paulo Funari. A mais comum das saudações do Oriente consiste em curvar-se ao cumprimentado. Ainda hoje, entre radicais islâmicos, é proibido o aperto de mãos entre homens e mulheres que não têm parentesco sanguíneo, sob a punição de flagelação em praça pública.

Tratados importantes foram selados com a saudação, como o acordo de paz entre o primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin e o líder palestino Yasser Arafat, em 1993, sob o olhar do presidente americano Bill Clinton, em Camp David. E criou situações inusitadas e constrangedoras, como o caloroso aperto de mão que o venezuelano Hugo Chávez deu em Barack Obama em 2009, e o também estranho aperto de mão entre Donald Trump e Obama.

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