Freire, que completaria 100 anos hoje, já foi homenageado em países como a Finlândia e Suécia
Fabio Previdelli Publicado em 24/12/2019, às 11h02 - Atualizado em 19/09/2021, às 12h20
Nos últimos anos, o educador e filósofo Paulo Freire passou a ser alvo de duras críticas de políticos que culpam seu método de ensino pelo retrocesso e problemas na educação brasileira.
Por outro lado, em outras partes do mundo, o pernambucano é estudado em universidades americanas, tem seu nome em centro de estudos na Finlândia, é inspiração para cientistas no Kosovo e foi homenageado com uma escultura na Suécia.
De acordo com levantamento feito pelo pesquisador Elliott Green, professor da Escola de Economia e Ciência Política de Londres, na Inglaterra, o livro ‘Pedagogia do Oprimido’, obra fundamental do Patrono da Educação brasileira, escrito em 1968, já foi o terceiro mais citado em trabalhos acadêmicos na área de humanidades em todo o mundo.
Ao analisar a ferramenta Google Scholar — programa de pesquisa dedicado à literatura acadêmica — Elliot constatou que Freire foi citado 72.359 vezes, ficando atrás de dois americanos: o filósofo Thomas Kuhn, com 81.311 citações, e o sociólogo Everett Roger, com 72.780 citações. O brasileiro, por exemplo, é mais citado até do que Michael Foucault (60.700) e Karl Marx (40.237).
Assim, com uma metodologia que visa aproximar o conteúdo acadêmico do universo dos estudantes, Freire desenvolveu uma técnica para alfabetização que não se restringia aos processos de codificação e decodificação, que eram muito comuns em cartilhas.
Promovendo a conscientização acerca dos problemas cotidianos, a autocrítica, a compreensão do mundo e o conhecimento da realidade social, Paulo Freire é tratado como um dos pensadores pedagógicos mais relevantes no mundo.
Em janeiro de 1963, o método desenvolvido por Paulo Freire conseguiu alfabetizar 300 cortadores de cana de Angicos, um pequeno município no Rio Grande do Sul, em um período de 45 dias.
Com o sucesso da implementação, o presidente do Brasil na época, João Goulart, chamou Freire organizar o Plano Nacional de Alfabetização, que proveria a formação em massa de educadores.
Iniciado em janeiro de 1964, o projeto tinha como objetivo alfabetizar 2 milhões de pessoas em 20.000 círculos de cultura. No entanto, com o golpe militar em 1º de abril de 1964, esse projeto foi cancelado. Em seu lugar, surgiu o Movimento Brasileiro de Alfabetização, o MOBRAL, uma metodologia distinta da de Paulo Freire.
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