Antiga representação mesopotâmica de beijo - Divulgação/PA/Universidade de Copenhague
Arqueologia

A história por trás do primeiro registro de um beijo

Um estudo de 2023 sugere que os antigos mesopotâmicos já beijavam, e a prática pode ser mais antiga do que se pensava; entenda!

Éric Moreira Publicado em 16/06/2024, às 12h00

Com o decorrer do desenvolvimento da humanidade e das civilizações, as culturas sempre se misturam e se transformam, variando tanto com o tempo quanto com a localização. No entanto, existem algumas práticas específicas que são praticamente universais às culturas — e entre elas, podemos citar o beijo.

O mais antigo registro de beijo da humanidade remonta de cerca de 4.500 anos atrás, na região da antiga Mesopotâmia. Segundo um artigo publicado na revista Science, na época, o beijo já era uma prática existente em algumas das primeiras sociedades mesopotâmicas.

Antes de tudo, vale destacar que, mesmo que a pesquisa tenha sugerido que o beijo amigável ou familiar era comum em diversas sociedades ao longo da história, o ato romântico-sexual não era considerado culturalmente universal. Mas agora pode não apenas ser culturalmente universal, como também anterior a nós humanos. Entenda!

+ A história nada romântica por trás do beijo no fim da Segunda Guerra

Representação em argila da antiga Mesopotâmia representando duas pessoas se beijando / Crédito: Divulgação/PA/Universidade de Copenhague

 

História do beijo

De acordo com o estudo, repercutido pelo The Guardian em 2023, o beijo poderia ser considerado uma parte comum da intimidade romântica nos tempos antigos em várias culturas, sem ter origem em nenhuma região específica.

Antigos textos mesopotâmicos — de uma das primeiras civilizações do mundo —, por exemplo, já sugeriam que a prática era comum entre casais; embora também pudesse ser interpretado como um desejo de uma pessoa solteira quando está apaixonada.

Segundo o Dr. Troels Pank Arbøll, especialista em história da medicina na Mesopotâmia da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, em comunicado, muitas tábuas de argila em que os mesopotâmicos faziam a escrita cuneiforme constam com exemplares claros de que o beijo era parte da intimidade, mesmo nos tempos mais antigos, assim como também poderia estar nas amizades e outras relações familiares.

Portanto, o beijo não deve ser considerado um costume que se originou exclusivamente em uma única região e se espalhou a partir daí, mas parece ter sido praticado em múltiplas culturas antigas ao longo de vários milênios", acrescenta no comunicado.

Vale mencionar que o beijo pode, até mesmo, ser uma prática anterior à humanidade como a conhecemos. Isso porque, segundo estudos com macacos bonobo e chimpanzés (os mais próximos evolutivamente dos humanos), os bonobos também se beijam com propósito romântico-sexual; e os chimpanzés se envolvem em beijos platônicos que servem na administração das relações sociais do grupo.

Valentine's day happens to also be World Bonobo day, so here's a wholesome photo of two bonobos kissing. ❤️ pic.twitter.com/eMTo0BBAFV

— ⵣ (@genyouur) February 14, 2021

Doenças

Além de debater mais sobre a origem do beijo, os pesquisadores também incluíram no comunicado que o beijo pode até mesmo ter contribuído com a transmissão de patógenos na antiguidade, como variantes do vírus da herpes, que provoca lesões na boca e difteria.

Inclusive, alguns debatem que uma doença descrita em textos médicos antiga chamada bu'shanu seria, na verdade, uma infecção de herpes simplex 1 (HSV-1).

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