Depois de Pearl Harbor, imigrantes japoneses e cidadãos de descendência japonesa eram mantidos em centros de internação por serem considerados espiões
Isabela Barreiros Publicado em 13/01/2020, às 07h00
Após o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor em 1941, por ordem do presidente democrata Franklin Roosevelt, foram construídos campos de concentração para prender e confinar aqueles que fossem considerados inimigos estrangeiros pelo governo estadunidense.
Na prática, os acusados de práticas de espionagem e colaboração com o inimigo eram os imigrantes japoneses e cidadãos nipo-americanos. Teorias e boatos contra essa população fizeram com que aproximadamente 120 mil pessoas fossem presas.
Como o número de imigrantes na costa Oeste dos Estados Unidos aumentava, a xonofobia contra japoneses também se intensificava. Aliando a histeria da guerra e o conspiracionismo que rondava o imaginário norte-americano da época ao crescente preconceito, temos a criação dos campos de internamento.
Havia dez desses recintos espalhados pelo país. Em sua maioria, os detidos passavam aproximadamente três anos atrás de muros protegidos.
O terror desse episódio é quase que inteiramente escondido da história dos Estados Unidos. Muitas pessoas abandonaram seus empregos e foram aprisionadas nos estados da Califórnia, Idaho, Wyoming, Utah, Arizona, Arkansas e Colorado.
Uma nipo-americana que foi encarcerada aos 7 anos com sua família em um campo de concentração, informou que eles não eram torturados enquanto presos, mas que sofriam constantes ameaças se chegassem minimamente perto das cercas de arame farpado.
Esse episódio, no entanto, não é exceção na história estadunidense. Atualmente, os campos de concentração ganharam outro nome: centros de detenção para imigrantes ilegais.
De maioria asiática e latina, essas pessoas são presas em todo país e sofrem com terríveis condições de higiene, alimentação e habitação. Segundo o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS), há superlotação nos ambientes, falta de alimentos quentes e crianças com menos de 7 anos são mantidas longe de seus parentes por até 2 semanas. Além disso, já foram constatados casos de morte por negligência.
Hoje, portanto, o cenário não mudou muito para quem é imigrante ou filho de imigrantes que, simplesmente, decidiu estar no país da liberdade.
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