Até seus últimos dias de vida, ele ficou conhecido por servir os interesses dos grandes proprietários açoitando vidas de indígenas e escravos
Fabio Previdelli Publicado em 23/01/2020, às 13h00
No século 17, os bandeirantes paulistas faziam expedições no nordeste para conquistar territórios indígenas que ainda não haviam sido tomados pelos colonizadores portugueses. Um dos bandeirantes que mais se destacou nessa função foi Domingos Jorge Velho, que ficou conhecido como um fervoroso caçador de índios.
Com sua fama cada vez maior, foi contratado por Francisco Garcia d’Ávilla, um grande proprietário de terras na Bahia, para exterminar os índios que estavam situados cerca do rio São Francisco. A intenção era acabar com os nativos e ocupar o espaço deixado por eles para criar uma estância de gado. Algo que agradava Jorge Velho — que possuía uma fazenda ao oeste de Pernambuco.
Por três longos anos, entre 1671 e 1674, ele lutou junto de Domingos Afonso Sertão contra indígenas do Piauí, Maranhão e Ceará. A dupla espalhava o horror em nome da hegemonia branca em solo brasileiro.
Apesar de ficar conhecido como o caçador de índios, ele não dedicava seu trabalho exclusivamente na perseguição desses povos. Em 1687, ele aceitou um pedido de João da Cunha Souto Maior, então governador de Pernambuco, para que ele se unisse com as suas tropas e dizimasse os escravos dissidentes que formavam o Quilombo de Palmares.
Depois de acertar os últimos detalhes do cruel contrato, ele partiu, em 1691, para atacar os quilombolas. O grupo de escravos até tentou resistir, mas o cruel algoz conseguiu sair vitorioso do confronto quatro anos depois, em 1695, com a morte de Zumbi dos Palmares. Acredita-se que mais de 15 mil quilombolas lutaram ao lado dos Palmares.
Em 1699, Jorge Velho recebeu outra missão sangrenta. Seguindo as ordens de Matias da Cunha, ex-governador geral do Brasil, partiu com missionários locais em busca da dominação e catequização de indígenas maranhenses, cearenses e pernambucanos.
Por seus feitos, Domingos Jorge Velho foi honrado como Mestre de Campo no governo de Estevão Ribeiro. Ele faleceu em 1705, aos 64 anos, na capitania de Paraíba. Até seus últimos dias de vida, ele ficou conhecido por servir os interesses dos grandes proprietários em detrimento de vidas de indígenas e escravos.
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