Antes disso, o animal chegou a ser recolhido pela ilegalidade
Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 10/07/2021, às 08h00
Em junho de 2021, um curioso caso chamou atenção da população local do Camboja devido às irregularidades de um animal doméstico; um chinês chamado Zhai Xinjiang, detinha uma leoa de estimação, de nome Hima, em sua residência localizada na vila de Phnom Penh, com outros animais.
Ainda mais curioso foi a forma como descobriram: o dono publicava vídeos na rede social TikTok. De acordo com a BBC, a felina selvagem, que tinha cerca de 18 meses e pesava pouco mais de 70 kg, foi apreendida pelas autoridades em colaboração com o grupo de resgate Wildlife Alliance no dia 27 de junho deste ano e levado para análise.
Segundo integrantes da organização, a leoa vivia em um ambiente inadequado para um animal selvagem e, além disso, estava sem garras e os dentes caninos.
O Ministério do Meio Ambiente do Camboja citou o artigo número 49 de uma lei florestal para reforçar a ilegalidade de manter animais selvagens dentro de casa.
Em uma entrevista ao jornal pró-governo Khmer Times, Zhai negou qualquer maltrato ao animal e disse que gastava mais de US$5.000 (cerca de R$ 26 mil) por mês para alugar e manter um espaço adequado para ele e seus outros bichos de estimação.
Zhai fez apelos nas redes sociais e em entrevistas pediu que a leoa fosse devolvida a ele, mobilizando o governo. Em uma das postagens no Facebook, um dos comentários foi do primeiro-ministro do país, Hun Sen, que afirmou ter levantado a questão com o ministro da Agricultura Veng Sakhon.
Juntos, concordaram que o animal poderia ser devolvido a ele caso fosse mantido em uma “gaiola adequada”. Hun Sen também ordenou que fosse reembolsado ao proprietário do animal qualquer multa indevidamente cobrada, estimadas em US$ 30.000 (cerca de R$ 156 mil).
Em entrevista a uma agência de notícias local, VOA Khmer, o ministro da Agricultura comentou que a decisão do primeiro-ministro foi 'simpática' e acrescentou dizendo que as autoridades garantiriam o bem-estar do animal selvagem.
“Estou muito feliz, muito emocionado. Não esperava tê-la de volta”, disse o chinês a repórteres da vila onde vive.
A interferência governamental com o zoológico particular do homem revoltou defensores dos animais e críticos do governo, justamente pela associação positiva do chinês com autoridades do país.
Uma dessas pessoas foi Tina Redshaw, embaixadora do Reino Unido no Camboja, que compartilhou sua crítica em seu perfil pessoal no Twitter.
“Decepcionada pela leoa da residência do centro da cidade que foi confiscado e está sendo devolvido — ferindo a legislação que impede a propriedade/comércio de animais selvagens ameaçados de extinção, prejudicando os esforços globais para combater o comércio ilegal desses animais, sem falar no estresse e sofrimento de um cativeiro inadequado"
Disappointed that lion confiscated from city centre residence is being returned, undermining 🇰🇭 legislation preventing ownership/trade in endangered wildlife, harming global efforts to tackle Illegal Wildlife Trade, to say nothing of stress & suffering of inappropriate captivity
— Tina Redshaw 🇬🇧 (@tsredshaw) July 5, 2021
Além da embaixadora, San Mala, sênior oficial de defesa da Rede da Juventude Cambojana também criticou a medida tomada afirmando que deveria ter sido baseada na lei, “não nas emoções”.
As autoridades cambojanas não explicaram o motivo da decisão inicial de tomar a leoa do proprietário ter sido revertida.
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