No dia 9 de agosto de 1945, há exatos 78 anos, cidade japonesa era atingida pelo lançamento da segunda bomba atômica da história
Redação Publicado em 09/08/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h03
Há exatos 78 anos, em 9 de agosto de 1945, a cidade de Nagasaki era atingida pelo lançamento da segunda bomba nuclear lançada pelos Estados Unidos apenas três dias depois do bombardeio de Hiroshima.
O número oficial de mortes pelos dois episódios é incerto até hoje. Segundo repercute a BBC, estima-se que cerca de 140 mil — de uma população de 350 mil — morreram com a explosão em Hiroshima; já as vítimas em Nagasaki ultrapassam os 74 mil.
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No 78º aniversário do bombardeio, a cidade de Nagasaki promoveu uma homenagem às vítimas em evento realizado no Memorial da Paz. Em mensagem, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, enfatizou que a humanidade está diante de uma corrida armamentista.
Guterres ainda pediu para que os países se comprometam novamente com a eliminação de armas nucleares. "78 anos atrás, armas atômicas foram usadas em Nagasaki. Nunca mais devemos permitir que tal devastação ocorra. A única maneira de eliminar o risco nuclear é eliminar as armas nucleares".
78 years ago, atomic weapons were used on Nagasaki.
— António Guterres (@antonioguterres) August 8, 2023
We must never again allow such devastation to occur.
The only way to eliminate the nuclear risk is to eliminate nuclear weapons.
Lamentamos os mortos, cuja memória nunca desaparecerá. Nós nos lembramos da terrível destruição causada nesta cidade e em Hiroshima. Honramos a força e resiliência implacáveis do povo de Nagasaki para se reconstruir".
Três dias depois da complexa devastação de Hiroshima, a bomba nuclear Fat Man foi lançada em direção a Nagasaki, às 11h02 de 9 de agosto de 1945. O projétil, carregado com 6,4 quilos de plutônio-239, explodiu a 469 metros do chão.
As cenas vistas em seguida compunham uma narrativa de horror puro: a cidade japonesa sumiu do mapa. A detonação provocou um calor de 3.900 graus Celsius e ventos de 1.005 km/h. Cerca de 80 mil pessoas morreram imediatamente.
Na história das guerras, nunca foram usadas bombas tão potentes quanto as lançadas em agosto de 1945 sobre o Japão. Às 8h15 do dia 6 de agosto, o bombardeiro B-29 americano Enola Gay lançou sobre a cidade de Hiroshima, no sul do Japão, a primeira bomba atômica da história, detonada por uma reação em cadeia de urânio-235.
Em poucos segundos, a Little Boy, como os americanos chamavam a carga explosiva, formou um cogumelo de fumaça de 18 quilômetros de altura e matou 100 mil pessoas. Pássaros queimaram em pleno voo; cadáveres transformados em cinzas continuaram de pé; cérebros, olhos e intestinos explodiram com o calor.
Com poder equivalente a mais de 15 mil toneladas de explosivos, a bomba ainda mataria mais 200 mil japoneses nos cinco anos seguintes de doenças provocadas pela radiação e complicações decorrentes dos ferimentos.
Três dias depois, veio a segunda bomba, em Nagasaki. O golpe de misericórdia arrasou a cidade: dos 263 mil habitantes, cerca de 74 mil morreram. O cogumelo de fumaça era visível a 400 quilômetros de distância — como se uma bomba lançada sobre o Rio de Janeiro fosse vista de São Paulo.
Em Hiroshima, três dias antes, o responsável por fotografar a destruição havia sido o sargento americano Bob Caron. No caso de Nagasaki, não se sabe quem fez o registro. Sabe-se, no entanto, que seu autor era um dos militares presentes nos bombardeiros envolvidos na missão.
Foi desse ângulo privilegiado que o autor clicou a nuvem de 18 quilômetros de altura. Depois desse ataque, nenhuma bomba atômica voltou a ser usada em guerras. Mas a sombra do cogumelo de Nagasaki ainda paira sobre o planeta.
Mas, por que, depois do sucesso da missão em Hiroshima, os norte-americanos ainda lançaram outra bomba em Nagasaki?
"Os dois ataques eram desnecessários, mas os Estados Unidos gastaram cerca de 2 bilhões de dólares nas bombas, o maior investimento feito num artefato de guerra. Queriam mostrar aos soviéticos que tinham poder e que estavam prontos para usá-lo", diz o historiador Martin Sherwin, autor do livro 'A World Destroyed: Hiroshima and its Legacies' (ou 'Um Mundo Destruído: Hiroshima e seu Legado', em português).
A bomba também serviu para evitar a morte de milhões de pessoas, caso a guerra continuasse no solo", afirma o historiador americano Gerhard Weinberg. Ironicamente, a bomba que matou tantas pessoas serviu também como arma de ameaça para evitar outros conflitos e outras tantas mortes.
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