Desde 2014, mais de 100 ataques suicidas estão relacionados a captura de meninas e mulheres em países da África Ocidental
Wallacy Ferrari Publicado em 01/03/2020, às 11h00
As crueldades empenhadas sobre reféns e prisioneiros de grupos extremistas externam o terror sobre a dominação; ataques a mesquitas, escolas, igrejas e até hospitais se fazem mais presentes com o poderio armado de organizações terroristas. Em momentos de desespero, as vitimas se tornam mais um número — quando não se tornam as próprias armas
De acordo com o The Long War Journal, entre junho de 2014 e março de 2016, o grupo Boko Haram usou mulheres e meninas sequestradas durante as jornadas de ataques em vilarejos africanos para executarem seus planos mais sombrios. Assim que raptadas, eram obrigadas a aceitar um treinamento para os mais diversos atos terroristas do grupo.
“Corte a cabeça do inimigo por trás, para ele não se debater tanto”, foi uma das instruções, detalhadamente ensinadas, que Rahia Amos recebeu de membros do Boko Haram. Além de técnicas de execução, receberam orientações para manuseio de armas e, principalmente, para o transporte e uso de explosivos.
O primeiro registro foi em junho de 2014, quando uma mulher detonou uma bomba em um quartel do Exército na Nigéria. Desde então, pelo menos 105 ataques suicidas, assumidos pelo Boko Haram, tem relação com o rapto de mulheres. Algumas delas, levadas após um ataque em uma escola na Nigéria.
Na ocasião, os extremistas, munidos de metralhadoras, transportaram cerca de 300 meninas em um veículo blindado e duas caminhonetes, pregando o fim da educação para mulheres. As meninas, com idades entre 16 e 18 anos, foram sequestradas, violentadas e intencionalmente engravidadas.
Atuando na Nigéria, Níger, Chade e Camarões, o grupo viu as meninas como uma oportunidade de burlar a segurança, visto que as Forças Armadas não costumam revistar ou barrar mulheres com a orientação de que os grupos são compostos majoritariamente por homens. “O Boko Haram sabe que temos um calcanhar de Aquiles”, afirmou Issa Tchiroma Bakary, ministro das Comunicações dos Camarões.
Diferente das outras garotas no confinamento, as mulheres selecionadas para cometer os atos terroristas tinham uma alimentação com fartura e recebiam muita água, justamente para possuir condicionamento físico e psicológico para as ações. Nutridas, entretanto, algumas mulheres conseguiram fugir dos campos de treinamento. E revelaram o plano.
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