Depois do secreto enterro, mais de 100 homens já afirmaram ser Louis-Charles da França
Daniela Bazi Publicado em 23/11/2019, às 13h41 - Atualizado às 13h42
Louis-Charles da França, filho de Luís XVI de França e Maria Antonieta, se tornou o herdeiro do trono francês aos quatro anos de idade após a morte de seu irmão, Louis-Joseph, em 1789.
Com a queda de sua família após a Revolução Francesa, e a execução de seus pais em 1793, o jovem Louis de apenas oito anos foi mandado para a prisão no Templo de Paris, onde foi abusado, negligenciado e isolado. Louis-Charles faleceu no dia 8 de junho de 1795 de tuberculose, aos dez anos, nos braços de um de seus carcereiros.
Após a sua morte, o governo revolucionário rapidamente entrou em ação. O doutor Philippe-Jean Pellatan fez uma autópsia detalhada no corpo do garoto e encontrou evidências físicas do abuso que teria sofrido. Com a autópsia completa, o cadáver foi secretamente enterrado em uma cova no Cemitério Santa Marguerita.
Anos após o misterioso enterro, dezenas de homens apareceram afirmando ser o jovem príncipe. Eles estavam a procura de sua irmã, Maria Teresa, Duquesa de Angoulême. Desde a libertação do cativeiro, em dezembro de 1795, Maria Teresa sofreu com o mistério sobre o que teria acontecido com seu irmão mais novo até a sua morte, 50 anos depois.
O diplomata austríaco Baron von Thugut relatou que não existe uma confirmação real ou legal de que a criança estaria morta. “Sua morte, até hoje, não tem outra prova além do anúncio de Moniteur, junto com um relatório elaborado com a ordem de bandidos da Convenção, e por pessoas cujo testemunho é baseado em fatos de que estavam presentes com o corpo de uma criança morta que lhes foi dito ser o filho de Luis Capet”.
Eventualmente, mais de 100 pessoas afirmaram ser o herdeiro do trono. Um dos nomes que ficaram famosos era o de Charles-Guillaume Naundorff. Ele foi motivado pela possível restauração da casa Bourbon, onde o mesmo reivindicaria o trono da França, além de riqueza, fama e adulação.
O primeiro apareceu apenas 3 anos após a morte do Delfim. Era um belo adolescente que foi encontrado nas proximidades do local da prisão, e por meses se recusou a dizer quem era, mas disse então pertencer a uma casa ducal que não existia mais. Por esse motivo, inúmeros habitantes ficaram convencidos de que o jovem seria realmente Louis-Charles.
Desde então, apareceram impostores na Inglaterra, Dinamarca, Itália, onde em 1834 o Barão de Richemont afirmou em corte ser o príncipe, e nos Estados Unidos, em que o mais famoso é um nativo americano chamado Eleazer William - havia sido pago por um nobre francês e generosamente concordou em abdicar do trono.
Os impostores eram influenciados principalmente pelo fato de que Louis se recusava a falar em seus últimos dias. Além disso, as pessoas que conheciam o garoto nunca mais o encontraram após a prisão.
Com o grande número de impostores surgindo na França afirmando ser o herdeiro do trono, a falsa afirmação passou a ser ilegal no país. Um homem chamado Charles de Navarre, que voou de Nova Orleans para a França e afirmou em corte ser o Delfim chegou a ser preso em 1817 - e morreu na cadeia.
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