Hoje, o atroz campo da morte é símbolo dos crimes de Terceiro Reich contra minorias da Alemanha do século 20
André Nogueira Publicado em 13/03/2020, às 12h00 - Atualizado em 13/04/2020, às 12h00
O campo de concentração e trabalho de Auschwitz-Birkenau foi o mais insólito de toda a Alemanha Nazista, provavelmente pela proporção brutal de assassinatos e pelas fotos que puderam ser divulgadas ao mundo com o fim da Guerra.
O horrendo local foi passagem ou lugar da morte de nomes que entraram para a História, como Anne Frank, Primo Levi, Elie Wiesel e Simone Veil, além de milhões de presos políticos.
Construído como campo em 1940 na Polônia, o local funcionou até janeiro de 1945, quando o Exército Vermelho, na Grande Marcha Patriótica, derrubou o comando nazista e libertou os prisioneiros do lugar. Além de pilhas de cadáveres, resultado do projeto Solução Final, foram encontrados muitos prisioneiros sofrendo com doenças, inanição e depressão.
No aniversário de 75 anos da libertação do campo de Auschwitz, conheça 10 fatos sobre o recinto da morte, que até hoje simboliza crueldade do bárbaro projeto de superioridade racial nazista, que atingiu judeus, ciganos, negros, eslavos, árabes e diversos outros povos.
1. Mortos pelo ódio
Durante os cinco anos de funcionamento do campo de concentração, foram mortas mais de 1,1 milhão de pessoas, sendo 1,3 que lá foram aprisionadas.
2. Mais que a própria guerra
As mortes geradas pela política de extermínio dos nazistas, só em Auschwitz, somam mais óbitos do que as mortes de soldados dos EUA (405 mil) e do Reino Unido (380 mil) durante todas as Batalhas da Segunda Guerra Mundial.
3. Primeiro contato
A primeira vez que o mundo conheceu os crimes cometidos em Auschwitz só foi possível pela ação voluntária de um soldado polonês chamado Witold Pilecki, que foi enviado para o local como espião. Pilecki coletou o máximo de informações possíveis sobre o local e, com o treinamento que tinha, fugiu do campo e divulgou os horrores que as vítimas sofriam na mão dos nazistas.
4. A saga dos traidores
A judia Stella Kubler-Isaacksohn foi uma das responsáveis pela falha da fuga de diversos judeus do campo de Auschwitz. Isso porque ela era informante do comando nazista e denunciou cerca de três mil fugitivos até 1943. Depois disso, sua família foi enviada para o campo, fazendo com que ela entrasse em conflitos particulares.
5. O Anjo da Morte
Uma das figuras mais insólitas do campo de Auschwitz foi o médico nazista Josef Mengele, um pesquisador que realizava atrozes experimentos biológicos em prisioneiros, tratando aqueles que julgava inferiores como cobaias animais. Diversos judeus foram torturados nas mãos de Mengele, incluindo gêmeos.
Durante os dois anos em que passou em Auschwitz, um boxeador judeu chamado Arouch foi obrigado a entrar em lutas para entretenimento dos oficiais nazistas, que apostavam nessas ocasiões. Nas disputas entre os prisioneiros, Salamo saiu invicto com 200 vitórias, enquanto os derrotados eram executados. Ele sobreviveu ao campo em morreu somente em 2009.
7. Renda do trabalho
Existindo como um campo que era dividido em setores de trabalho escravo, Auschwitz rendeu uma fortuna para o Estado e empresas alemãs durante sua existência. No total, foram 700 milhões de dólares gerados na base da escravização de povos durante os cinco anos.
8. A Cadela de Belsen
Uma das figuras mais cruéis do campo foi Irma Grese, apelidado de Cadela de Belsen. Atuando como funcionária do campo de concentração, simbolizava a brutalidade nazista ao andar pelo local com um chicote, torturando prisioneiros. Em seu quarto, ela colecionava artigos feitos de partes humanas, como um abajur de pele.
9. Proporção infeliz
Em geral, cerca de sete mil nazistas prestaram serviços como funcionários do campo de Auschwitz durante os seus cinco anos de existência. Porém, apenas 750 deles sofreram com algum tipo de punição pelos crimes lá cometidos. Isso dá uma proporção de 10,7% de criminosos julgados.
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