O nazista, que criou um método para acelerar o processo de execução de judeus no Holocausto, deu vida a teorias conspiratórias após a sua prisão
Nicoli Raveli Publicado em 11/03/2020, às 08h00
Rudolf Franz Hoss nasceu em Baden-Baden, na Alemanha, em meio a uma rigorosa família católica. Durante a Primeira Guerra Mundial, ele se alistou e foi transferido para a Turquia, onde se tornou sargento e recebeu a Cruz de Ferro, um objeto militar que pertencia a Prússia e, posteriormente, a Alemanha.
Com o fim da guerra, o sargento lutou contra o comunismo no Báltico e no vale do Ruhr, localizado na Alemanha. Em 1923, o militar ficou recluso após seu envolvimento no assassinato do comunista Walteer Kadow e cumpriu sua sentença na penitenciária de Brandemburgo. Após o pedido de anistia ser considerado, Hoss foi libertado em 1928.
Rudolf se tornou membro do Partido Nazista e juntou-se a mais de três mil integrantes desta organização. Com a ascensão do governo de extrema-direita, o alemão foi apontado como participante da Schutzstaffel, conhecida como SS, uma organização militar ligada ao partido nazista e a Adolf Hitler.
Na Segunda Guerra, o nazista desempenhou múltiplas funções e comandou diversos campos de concentração. Cinco anos depois, foi transferido para o campo de concentração de Dachau, na Alemanha. Devido a sua responsabilidade, ele foi reconhecido por seus superiores e suas atividades se tornaram cada vez mais densas.
Mais tarde, ele atingiu o cargo de SS-Hauptsturmführer, capitão do exército militar da SS e tornou-se comandante em Auschwitz até 1943, quando foi desprovido de seu cargo. Por dois anos, o assassino era comandante nesse campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. O militar é conhecido por ser um dos responsáveis por testas e também programar diversas formas de matança aos comandos de Adolf Hitler.
Um de seus projeto, intitulado Solução Final, pretendia exterminar a população judaica. O militar foi acusado e condenado por cometer diversos crimes contra a humanidade. Os testes do pesticida Zyklon B, uma mistura de cianeto de hidrogênio, foi introduzido pelo antissemita para acelerar o processo para matar os judeus no Holocausto com a ajuda do médico e antropólogo nazista Josef Mengele, conhecido como Anjo da Morte.
Em 1944, cerca de duas mil pessoas morreram sob a supervisão de Rudolf no campo de concentração da Polônia com a criação de um dos maiores meios de aniquilação sistemática de humanos.
Em 1942, Adolf Eichmann, gerente e coronel da Alemanha Nazista, e um dos principais organizadores do Holocausto, visitou o campo de concentração de Auschiwitz para relatar aos seus superiores como era realizado o extermínio dos judeus.
De acordo com o coronel, os métodos presentes no campo eram uma amostra cruel de como funcionava as câmaras de gás. “O Comandant disse-me que usava ácido sulfúrico em suas execuções. Algodões redondos eram molhados com tal veneno e jogados para dentro das salas onde os judeus estavam reunidos. O veneno era instantaneamente fata”, escreveu em seu relato.
Após ser substituído, Hoss assumiu o cargo de chefe de SS. Em 1944, o homicida retornou a cidade localizada na Polônia para cumprir o plano de executar todos os judeus que estavam no sul do país. Sob sua ordem, mais de 430 mil judeus foram mortos em menos de dois meses.
Dois anos depois, o militante foi capturado pela polícia militar britânica e negou-se ser o nazista que comandava os campos de concentração. Com a descoberta, Rudolf pensou em se suicidar, mas foi impedido pelos soldados aliados de realizar tal ato.
Após sua prisão, surgiu uma teoria da conspiração na qual dizia que o comandante havia sido substituído por um sósia na cadeia. Em 2019, essa opção foi descartada com a realização de um exame de DNA feito por cientistas austríacos.
De acordo com a revista FSI Genetics, os pesquisadores encontraram um parente distante de Hoss e coletaram uma amostra de DNA. O material foi comparado com o do próprio comandante, coletado em 1982 e os resultados foram quase 100% compatíveis. Em 1987, Hoss foi encontrado enforcado na penitenciária após cometer, aparentemente, um suicídio.
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