Calendário Asteca no Museu Nacional de Antropologia do México - Getty Images
Civilizações

Há 229 anos, o Calendário Asteca era descoberto na Cidade do México

Utilizado também para sacrifícios humanos, calendário de 4 metros de diâmetro e 1 de espessura está hoje no Museu Nacional de Antropologia do México

Joseane Pereira Publicado em 17/12/2019, às 08h00

Uma pedra em forma de disco com quatro metros de diâmetro e um de espessura, pesando 25 toneladas. Foi isso o que encontraram trabalhadores mexicanos que faziam reparos na Cidade do México em 17 de dezembro de 1790. Mas o que ninguém sabia era que esse viria a ser um dos achados mais importantes sobre os povos Astecas feitos até então.

Destruindo símbolos

Uma parte importante da invasão do Império Asteca, feita em 1521 pelos espanhois, era destruir os símbolos que organizavam aquela civilização. E com esse espírito eles resolveram derrubar o grande santuário “pagão” na praça central de Tenochtitlán, construindo uma Catedral católica acima dele, e também enterrar na praça aquele grande disco de pedra com figuras estranhas.

Calendário Asteca no Museu Nacional de Arqueologia e História, 1930 / Crédito: Getty Images

 

Durante o século 19, após se tornar independente do Império Espanhol, o México — assim como outros países da América Hispânica, como Bolívia e Peru — desenvolveu um apreço por seu passado indígena, devido à necessidade de modelos para a criação de uma identidade nacional.

E isso fez com que o general Porfirio Diaz exigisse que a pedra, colocada no interior da Catedral após seu achado, fosse enviada ao Museu Nacional de Arqueologia e História em 1885.

O Calendário

Detalhe da espessura / Crédito: Getty Images

 

Conhecido como Pedra do Sol, o calendário asteca foi construído durante 52 anos, entre 1427 e 1479. E ele não foi usado apenas para medir o tempo, mas também como um altar de sacrifícios humanos dedicado a Tonatuih, o Deus Sol que aparece no centro do artefato.

Mais preciso que os calendários gregoriano e juliano, o calendário asteca era dividido entre os ciclos Ritual e Agrícola, que juntos formavam um “século” de 52 anos. O ciclo ritual, Tōnalpōhualli, tinha 260 dias divididos em 20 símbolos divinos contendo 13 dias cada um. Já o ciclo agrícola tinha 365 dias divididos em 18 meses de 20 dias cada, aos quais se adicionava um período extra de cinco dias de azar.

A cada 52 anos, quando o ano novo dos dois ciclos coincidia, os sacerdotes realizavam um ritual de sacrifício no centro do artefato. Dessa maneira, segundo eles, o sol poderia brilhar por mais 52 anos. O ritual, conhecido como Novo Fogo, tinha a duração de 12 dias.

Atualmente, a Pedra do Sol está em lugar de destaque no Museu Nacional de Antropologia do México, recebendo por ano mais de dois milhões de visitantes ávidos em entender como funcionava aquela grande civilização.


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