Leopoldina preside o Conselho de Ministros em 2 de setembro de 1822 - Wikimedia Commons
Personagem

Há 195 anos, falecia a ilustre imperatriz Leopoldina

Uma intelectual, idolatrada pelo povo, Leopoldina nasceu em 1797

Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 10/12/2021, às 18h26

Princesa da Áustria, mulher de Dom Pedro I e a primeira imperatriz do Brasil, Carolina Josefa Leopoldina de Habsburgo-Lorena, melhor conhecida como Maria Leopoldina, nome que adotou após seu casamento, foi muito mais que uma vítima de suas circunstâncias, na verdade, foi uma das personalidades mais importantes para a independência brasileira.

Intensamente dedicada à ciência, cultura e política, Leopoldina transcendeu o que era esperado dela em relação a suas responsabilidades como esposa de D. Pedro I e governante do Brasil. Com opiniões fortes, a princesa e depois imperatriz tornou-se uma forte voz dentro das causas diplomáticas brasileiras.

De biblioteca pessoal a análises sobre a política brasileira, Leopoldina teve uma vida marcada por curiosidades.

1. Culta e educada, Leopoldina era uma intelectual

Maria Leopoldina de Áustria, imperatriz consorte do Brasil - Crédito: Wikimedia Commons

 

Com somente 10 anos, a futura imperatriz perdeu sua mãe e entrou em contato com Maria Luísa, sua madrasta e uma das pessoas mais importantes na sua vida. 

Uma mulher também educada, a madrasta incentivou os estudos de Leopoldina e a colocou em contato com as ciências naturais, física, geometria, filologia e numismática, tópicos pelos quais se apaixonou e estudou durante sua vida inteira.

Sua vinda ao Brasil em 1817 também tornou-se um símbolo do intelectualismo da aristocrata, que, por sua vez, era fluente em seis diferentes idiomas. Em sua bagagem para a mudança de continente, trouxe seu enxoval usual, mas, além disto, uma pequena biblioteca e uma coleção de minerais.

2. Esperava muito do Brasil

Baseando-se em seus estudos, a pátria brasileira era um lugar paradisíaco, cheio de diferentes animais e plantas para serem estudadas, especialmente com um marido amoroso ao seu lado, que era o que ela esperava de seu relacionamento com Dom Pedro I. No entanto, poucos meses após sua chegada, já não tinha mais esta esperança.

Seu marido a traía e suas expectativas do Brasil não foram comprovadas, tendo acesso a principalmente animais peçonhentos, experiência que fez Leopoldina descrever o Brasil como “um país onde tudo é dirigido pela vilania”, como destaca o historiador Rodrigo Trespach.

3. Leopoldina foi fundamental na independência brasileira

Retrato de D. Pedro I e Imperatriz Leopoldina - Crédito: Wikimedia Commons

 

Seu contato com o povo brasileiro era especialmente próximo, a população amava Leopoldina e a reconhecia como uma boa imperatriz. É fato que Leopoldina sempre estava a atenta a tudo que acontecia em solo brasileiro.

A aristocrata, enquanto Pedro I estava ausente, tomou a posição de regente e, durante este curto, mas importante, período, pediu que seu marido declarasse a independência, o que ele obedece e faz no dia 7, às margens do rio Ipiranga.

Mesmo que acreditasse que Dom Pedro I ainda estava despreparado, a nobre sabia que o Brasil estava perto demais de declarar sua própria independência, até o dizendo isto em uma famosa carta.

“O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca. Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio ele fará a sua separação. O pomo está maduro, colhei-o já, senão apodrece”.

4. Profundamente amada pelo povo

“Começo a crer que se é muito mais feliz quando solteira, pois agora só tenho preocupações e dissabores que engulo em segredo. Infelizmente vejo que não sou amada”, Leopoldina afirmou em carta à sua irmã, referindo-se  ao relacionamento com Dom Pedro I.

No entanto, o sentimento do imperador era completamente oposto à emoção da população brasileira em relação à princesa da Áustria. Mesmo com sua suposta falta de beleza e elegância, a imperatriz era, de longe, a mais amada pelo povo.

5. A morte de uma imperatriz

Pintura de Leopoldina enquanto aqui no Brasil - Crédito: Wikimedia Commons

 

Infelizmente, em 1826, com somente 29 anos, Leopoldina ficou extremamente doente, mas, ainda assim, continuou presidindo reuniões e o Conselho de Ministros — enquanto D. Pedro I dirigia-se ao sul, especialmente para a campanha da Cisplatina.

Quando o imperador retirou-se, a nobre estava grávida e apenas dias depois abortou o feto daquele que seria o segundo filho homem do casal, fato que originou o mito de que Pedro a havia empurrado das escadas. Ela fora colocada em seu quarto para recuperar-se, mas, não saiu de lá em vida.

Com insônia, tosse, tremores e gases, d. Leopoldina faleceu em 11 de dezembro de 1826, deixando para trás seu extenso legado.

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