Conflito durou pouco mais de um mês e foi mais um episódio de ebulição das tensões no Oriente Médio
Vinícius Buono Publicado em 12/07/2019, às 15h00 - Atualizado às 17h00
Há 13 anos, em 12 de julho de 2006, começava a Guerra do Líbano, entre Israel e Líbano, mais um capítulo de tensão na história do Oriente Médio.
A guerra durou apenas 34 dias. Um conflito rápido, nos moldes dos que já aconteceram na região como a Guerra dos Seis Dias ou a do Yom Kippur. As perenes tensões entre judeus e árabes, dessa vez, foram exacerbadas quando integrantes do Hezbollah, uma organização política do Líbano que, para muitos países, é considerada terrorista, fez alguns ataques no território de Israel como distração para sequestrar soldados israelenses em patrulha. O Irã, um dos maiores e mais poderosos países da região, apoia o Hezbollah, aumentando a tensão com Israel.
Na ocasião, a resposta israelense foi, como sempre, completamente desproporcional. Além da imposição de um embargo aéreo e naval a toda a nação libanesa, diversas localidades foram atacadas sob o pretexto de que seriam localidades importantes para o Hezbollah. Porém, muitas construções civis foram bombardeadas, inclusive o aeroporto de Beirute, capital do Líbano. O exército de Israel, a exemplo do que fizera na Guerra do Líbano de 1982, invadiu a porção sul do país.
Apenas em 11 de agosto, um mês depois, o Conselho de Segurança da ONU determinou, através da Resolução 1701, que as hostilidades entre ambos os países fossem encerradas, além de enviar um exército de forças internacionais para ajudar o exército Libanês a guardar a fronteira com Israel, com autorização para usar a força se necessário. Um dos pontos fundamentais era, também, o desarmamento do Hezbollah.
A Resolução 1701 foi acatada pelos dois países envolvidos. Em 8 de setembro, os embargos impostos por Israel foram cancelados, e em 1 de outubro, as tropas israelenses deixaram o Líbano. O conflito, apesar de rápido, deixou 1300 libaneses mortos, entre eles muitos civis, e um milhão de desabrigados, além de ter causado diversos danos à infraestrutura do país.
Do lado israelense, 165 foram mortos. A desmilitarização do Hezbollah não foi levada adiante nem pelo governo do Líbano e nem pela própria ONU, e, apenas em 2008, os restos mortais dos dois soldados israelenses sequestrados pelo grupo no início no conflito foram devolvidos a Israel numa troca por prisioneiros (tanto integrantes do Hezbollah quanto militantes palestinos).
Alguns estudiosos afirmam que, graças ao apoio iraniano ao Hezbollah, o conflito marca o início de uma Guerra Fria entre Irã e Israel, em progresso até hoje. O Irã, que desenvolveu uma esfera de influência no Oriente Médio, é inimigo declarado do Estado de Israel desde a Revolução Islâmica de Khomeini, em 1979, enquanto que os israelenses tentam impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo país.
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