A guerra já fez 371 mil vítimas, desabrigou metade da população e está longe de acabar
Alana Sousa Publicado em 15/03/2019, às 14h00
Em 15 março de 2011, a Guerra Civil Síria tinha início. Os conflitos começaram um pouco antes, com protestos da população em janeiro daquele ano, inspirados pela Primavera Árabe, após acusações de altos índices de desemprego, corrupção e falta de liberdade política. Em março a guerra foi oficialmente instalada por uma violenta revolta armada.
A oposição alega que está lutando por um país mais democrático, enquanto o governo diz que está combatendo “terroristas armados que visam desestabilizar o país”. O presidente Bashar al-Assad chegou ao poder por sucessão familiar. Seu pai, Hafez al-Assad, governou a Síria por 30 anos, até o dia de sua morte.
Houveram manifestações em todo o país pedindo a renúncia de Bashar al-Assad, mas a resposta do governo foi atacar de forma letal os opositores. Os apoiadores da causa se armaram, primeiro para a defesa pessoal, mas então evoluiu para o combate direto. A revolta se espalhou, e a repressão se intensificou. A síria mergulhou em uma sangrenta Guerra Civil.
Os principais apoiadores do governo são a Rússia e o Irã, enquanto os Estados Unidos, a Turquia e a Arábia Saudita apoiam os rebeldes. Reino Unido, França e outros países ocidentais também fornecem apoio para alguns rebeldes.
Em 2015, a Rússia, que já tinha bases militares instaladas na Síria, lançou uma campanha militar aérea em apoio a Assad, que foi crucial para virar o andamento da guerra a favor do presidente.
O envolvimento dos países torna a situação mais complexa e alimenta o fôlego da guerra. Muitos especialistas acreditam que a interferência de fora cultiva o ódio entre os grupos religiosos na Síria, colocando a maioria muçulmana sunita contra o secto xiita alauíta, a favor do governo.
Hoje, o conflito se resume principalmente entre aqueles contra e a favor do líder sírio. A polarização aumenta a cada dia, as autoridades sírias reassumiram o controle das maiores cidades, mas grandes partes do país ainda estão sob o comando de grupos rebeldes.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) relatou nesta sexta-feira, 15, que foram registradas pelo menos 371.222 mortes. O número pode chegar a 570 mil, se contar dados de combatentes de todos os grupos que estão desaparecidos. A ONG acrescentou que até 88 mil pessoas morreram por causa de torturas nas prisões do governo sírio desde o início dos conflitos.
A guerra impulsionou uma enorme onda de imigração: cerca de 6,1 milhões de sírios tiveram de deixar suas casas para buscar abrigo em alguma outra parte do país, enquanto 5,6 milhões se refugiaram no exterior. Líbano, Jordânia e Turquia são onde 92% destes sírios refugiados escolheram para se estabelecer.
O terror parece não ter fim. Desde 2014, a ONU organizou nove rodadas de conversas de paz, mas não obteve nenhum resultado significativo. Assad parece cada vez menos disposto a negociar com a oposição. E os rebeldes ainda insistem que ele renuncie como parte de qualquer acordo.
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