Há dois séculos, a lenda do vampiro encontrado como uma bandeira pirata no caixão criou uma lenda histórica na cidade dos EUA
Wallacy Ferrari, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 05/12/2021, às 12h05
Há 200 anos, uma suposta lenda de um vampiro que circulava a cidade norte-americana de Connecticut foi capaz de mexer com o imaginário popular local e criar diversas histórias sobre um suposto morador misteriosamente enterrado no final do século 18.
Encontrado no cemitério local com a cabeça em cima das costelas e braços cruzados como uma bandeira pirata, todos os argumentos eram suficientes para aumentar o boato local.
Contudo, em 2019, uma equipe do Museu Nacional de Saúde e Medicina, em Silver Spring, decidiu revisitar seu local de repouso e, enfim, tirar todas as dúvidas sobre o tal vampiro, revelando uma grande confusão. Com base em reportagem do portal LiveScience, separamos alguns fatos sobre essa fervorosa análise.
Confira 5 curiosidades sobre o misterioso ‘vampiro' de Connecticut:
Inicialmente, as inscrições do caixão misterioso se limitavam a "JB-55", que não revelavam sua origem. Contudo, ao acessar o corpo, foi possível concluir que o suposto vampiro chamava-se John Barber, com arquivos históricos apontando que tratava-se de um fazendeiro, que faleceu de uma grave tuberculose. Mesmo assim, não havia registros de qualquer atividade paranormal do homem, necessitando de uma análise mais cuidadosa em seu corpo.
De acordo com relatos da época, ele era visto com um caminhar lento e dificultado, mas com movimentos pouco convencionais, acrescentando mistério em sua suposta identidade vampiresca.
Contudo, uma análise forense apontou que o esqueleto do homem, na verdade, sofria com lesões acumuladas ao longo da vida. Ele possuía uma clavícula que, após quebrar, calcificou de maneira irregular, além de um joelho artrítico.
Além das lesões mecânicas, a causa de sua morte também colaborou com a suspeita, visto que o mundo atravessava uma crise de tuberculose nos séculos 18 e 19, chegando a causar úlceras nos pulmões de vítimas da enfermidade e consequentemente, deixando os pacientes pálidos e, muitas vezes, com sangues nos cantos das bocas — igualzinho ao imaginário popular dos vampiros medonhos.
A impossibilidade de se locomover sem dores e a doença altamente infecciosa já seriam fatores suficientes para John se isolar do mundo. Porém, caso tivesse a necessidade de sair, certamente optaria por momentos de menor movimentação de pedestres, para evitar a transmissão de sua doença e a locomoção com obstáculos, como por exemplo, no período noturno. Corcunda, pálido, com sangue entre os dentes e saindo pelas noites: um prato cheio para os conspiracionistas.
Dada a compreensão popular de que um vampiro poderia ter integrado a sociedade, o corpo de Barber não teve sossego após a morte; pesquisadores que analisaram os restos mortais afirmam que alguma pessoa conseguiu acessar seu caixão, o desenterrar e enterrá-lo novamente como a cabeça empilhada junto aos membros na caixa torácica, dando a entender que tratava-se de um vampiro e colaborando na criação do boato.
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