Muito antes do 11 de setembro, o histórico prédio americano já foi alvo de ataques terroristas em fevereiro de 1993
Fabio Previdelli Publicado em 11/09/2020, às 08h00 - Atualizado em 12/11/2022, às 11h00
Em 26 de fevereiro de 1993, há exatos 27 anos, a sexta-feira começava como todas as outras em Nova York, com centenas de milhares de pessoas deslocando-se para seus trabalhos. Dentre elas, cerca de 20 mil já estavam na região sul de Manhattan, mais especificamente no World Trade Center (WTC).
Símbolo da potência econômica do maior país capitalista do Ocidente, as Torres Gêmeas, como eram popularmente conhecidas, tinha estimativa de receber mais de 80 mil pessoas ao longo do dia.
Entretanto, um atentado envolvendo um furgão da Ford na garagem da Torre Norte do WTC marcaria para sempre a história do local. Pouco tempo depois de estacionado, o veículo voava pelos ares após a explosão de cerca de 700 quilos de explosivos.
Além da garagem, a detonação das bombas abriu uma cratera de 60 por 30 metros de diâmetro e, aproximadamente, quatro andares de profundidade. A negra e espessa fumaça alcançou até o 46º andar da construção — que possuía 110 andares. O espaço que até então era usado como estacionamento, foi ocupado por cerca de 6 mil toneladas de destroços.
O atentado tinha a única e clara intenção de derrubar um prédio contra o outro, o que poderia vitimar milhares de pessoas. Felizmente, o plano não deu certo, mesmo assim, seis pessoas morreram na tragédia e outras mil ficaram feridas. Os construtores do WTC se vangloriam pelo prédio ter suportado a explosão. Entretanto, o mesmo não puderam fazer oito anos depois.
Após a tragédia, a pergunta que custava a ser respondia era: quem estava por trás disso tudo? Seria uma maneira dos iraquianos retaliarem os EUA pela Guerra do Golfo? Ou então os palestinos raivosos cansados do apoio de Washington a Israel? Quem sabe um grupo de fanáticos religiosos?
A resolução desse questionamento aconteceu por mera obra do acaso. Apesar da explosão ter acabado com qualquer evidência que pudesse ter sido deixada pelos envolvidos, um simples detalhe ajudou os policiais a chegarem aos principais responsáveis: a placa do furgão — que foi encontrada bastante amassada há alguns metros dali.
O veículo havia sido alugado por uma agência de Nova Jersey a um homem, que retornou para pedir de volta o dinheiro do depósito. Neste momento, ele foi preso e um intenso trabalho de pesquisa ajudou os investigadores a encontrarem outros responsáveis.
A figura central de toda a tragédia era o árabe Ramzi Youssef, que havia imigrado para os Estados Unidos um ano antes disso tudo. Foi descoberto que Youssef estivera em um campo de treinamento militar afegão que era destinado a preparação de “recrutas” para atuarem em grupos terroristas do Iraque. Outro envolvido no atentado, Mahmoud Abuhalima, também estivera neste mesmo campo.
Os demais não possuíam nenhuma ficha policial nem participaram de quaisquer treinamentos. Porém, eram adeptos de uma seita religiosa criada por um egípcio cego: o xeque Omar Abdul Rahman — que também acabou detido.
O país africano disse que tinha indícios sobre um possível atentado e, inclusive, chegou a advertir Washington. "Recebemos muitas informações, que repassamos ao serviço secreto americano. Mas não tínhamos nenhuma indicação concreta de que haveria um atentado contra o World Trade Center", relatou o então presidente Hosni Mubarak.
Abdul Rahman acabou sendo condenado à prisão perpétua como mandante do atentado, assim como os autores do ato. Porém, jamais foi provado seu envolvimento direto com a ação e, tampouco, ficou esclarecido a real motivação dos terroristas.
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