A morte do herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro poderia ter terminado nisso, não fosse a complexa trama de alianças e tensões que levou a um conflito global
Caio Tortamano Publicado em 17/12/2019, às 08h00
Na companhia de sua esposa, o Arquiduque Francisco Ferdinando estava andando de carro tranquilamente pela cidade de Sarajevo, capital da então província austro-húngara da Bósnia, quando uma granada foi arremessada ao carro do casal que escapou por pouco, detonando logo após no carro que vinha atrás deles.
Surpreso e assustado pelo ataque do grupo revolucionário Mão Negra, Ferdinando bradou ao chegar à residência do governador que estava indo. No caminho, questionou às autoridades locais se era dessa maneira que todos os visitantes costumavam ser recebidos.
Ao saírem do palácio onde estavam, o motorista que os levava se perdeu na cidade e, em certo trecho, precisou fazer um retorno pela rua. Nesse momento, um homem chamado Gavrilo Princip, que estava em um café do outro lado da rua, se aproximou e atirou com sua pistola de bolso duas vezes, uma em Sofia, esposa do austríaco, e a outra atingindo o pescoço de Ferdinando.
A morte do arquiduque marcou o estopim da Primeira Guerra Mundial, com a declaração de guerra entre o Império Austro-Húngaro à Sérvia, país de origem dos terroristas Mãos Negras.
105 anos depois, o Museu Militar Austríaco contempla o maior acervo dos itens envolvendo esse fatídico dia de 28 de junho de 1914. Entre eles, está o carro aberto em que o casal andava pelas ruas bósnias, sua farda ainda ensanguentada, e, mais raramente, a camiseta branca em que usava no dia do atentado.
A farda azul de Ferdinando fica sempre em exposição no museu, ainda com vestígios de sangue e um corte no peito (provavelmente decorrente de uma tentativa de socorro ao arquiduque).
Já a camiseta é exposta com bem menos frequência, por conta das circunstâncias em que o objeto histórico se encontra. Sua fragilidade faz necessária que a camiseta marrom (que um dia já fora branca) fique expostas poucos dias, em um ambiente com pouca luz.
O raro item pertencia à ordem religiosa jesuíta até que em 2004 foi doada para o museu. O objeto esteve com a ordem por conta da presença de um padre jesuíta na última visita dos arquiduques em Sarajevo. Desde então, a camiseta ficou guardada nos arquivos da congregação.
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