O documentário “Maria Callas: Em suas próprias palavras” apresenta os dramas pessoas de uma das cantoras mais famosas do século 20
Mariana Ribas Publicado em 06/12/2018, às 12h00
Com uma voz melódica e lírica, Maria Callas (1923-1977) é considerada uma das maiores cantoras do século 20. A artista greco-americana era dona de uma interpretação tão poderosa que rendeu a ela o apelido de La Divina – dizia-se que sua voz levava ao céu quem a ouvia.
O canto de Callas variava entre ópera clássica e o bel canto, que é uma tradição vocal e interpretativa que nasceu da Itália no século 17, mas só ganhou popularidade a partir do século 20, principalmente pelo trabalho que Maria fazia.
Um documentário sobre a vida da cantora, Maria Callas: Em suas próprias palavras, dirigido por Tom Volf, faz uma analise profunda e íntima sobre a vida da cantora que desde pequena foi incentivada pelos pais a entregar sua alma à música, como a artista mesmo a fez durante sua vida.
“Ela expõe em diversos instantes uma visão bem conservadora do papel feminino. O longa-metragem prefere focar nos efeitos do cansaço mental. As imagens coloridas, restauradas, conferem uma vivacidade particular ao todo”, afirma Marcelo Müller, crítico de cinema e membro da Associação Brasileira de críticos de cinema (ABRACCINE), sobre a cantora e o documentário.
A artista se casou uma vez, se separou e se apaixonou pelo milionário grego Aristóteles Onassis, de quem foi amante a partir de 1959. A relação provocou sofrimentos de diferentes níveis, incluindo o de perder um filho no parto. O casal se separou, Onassis se casou novamente, desta vez com a viúva de John Kennedy, Jacqueline Onassis, e Maria viu a imprensa ridicularizar sua vida pessoal.
O filme de Tom Volf apresenta esses momentos pessoais da vida da artista e descreve como ela incorporava a depressão à sua arte. A visão humana de um ídolo, essa é a marca do documentário.
“O conjunto é bem-sucedido no que tange ao aprofundamento da visão sobre essa mulher genial, que nem sempre foi feliz ao exercitar seus dotes", explicou Müller, sobre a obra de Volf. "Provavelmente, o grande mérito do filme é a forma respeitosa com que se aproxima de um ídolo dessa envergadura descomunal, lendo-o como gente”.
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