Participação do artista no “Programa Sílvio Santos” em outubro de 1970 irritou os censores da ditadura
Redação Publicado em 22/11/2022, às 13h50
O Brasil recebeu nesta terça-feira, 22, a dura notícia da morte de Erasmo Carlos, artista que se tornou um dos pioneiros do rock brasileiro. Aos 81 anos, o cantor e compositor faleceu no Rio de Janeiro. Internado em outubro, Erasmo recebeu alta, mas voltou a ser hospitalizado na última segunda-feira, 22.
Dono de uma carreira icônica, Erasmo, o 'Tremendão', não deixou de ser marcado pelos censores da ditadura. Tudo aconteceu durante a participação do astro no “Programa Sílvio Santos” em outubro de 1970.
Conforme repercutido pela Coluna de Alcelmo Gois no O Globo, o pesquisador Ivan Lima se deparou com um relatório da Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP) da ditadura no Brasil. O documento citava que a atitude do artista em erguer o braço e cerrar o punho poderia ser visto como um 'gesto comunista'.
E Erasmo não foi o único. O cinegrafista responsável pela transmissão da apresentação fora acusado de conivência por 'focalizar a cena com insistência'.
O informe também destacou que 'não seria a primeira vez que o artista correspondia as palmas do público fazendo a citada saudação', como recuperado pelo site Documentos Revelados em 2013.
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