Com seus primeiros documentos datados do século 11, a língua já chegou a ser proibida na Espanha durante a ditadura de Francisco Franco
Joseane Pereira Publicado em 29/03/2019, às 14h17
No mundo globalizado em que vivemos, provavelmente todos os brasileiros já ouviram falar da bela cidade de Barcelona, com suas praias paradisíacas banhadas pelo mar Mediterrâneo. Com um pouco mais de atenção, podemos perceber que Barcelona é uma das cidades mais populosas do território espanhol, localizando-se no extremo leste da península Ibérica. Mas algo que poucos sabem é que essa cidade é na verdade a capital da Catalunha, território onde 90% da população reivindica o direito de se emancipar politicamente da Espanha.
A língua catalã, à primeira vista, pode parecer uma mistura de espanhol, italiano e francês, com traços de latim aqui e ali. Classificado entre as línguas românicas ocidentais, o catalão pertence à família das línguas indo-europeias, e seu surgimento se dá pela evolução do latim vulgar durante a alta Idade Média. No século 9, os condes catalães, soberanos do Condado de Barcelona, iniciaram a conquista de territórios no sul da Península Ibérica, gerando a evolução na forma escrita da língua catalã. Datam do século 11 os primeiros documentos feudais escritos integralmente no idioma, entre os quais se destacam o texto literário Homilia de Organià.
O catalão, conhecido como Valenciano durante o período medieval, experimentou sua fase áurea na Baixa Idade Média, com a disseminação de textos em prosa e poesia escritos por cavaleiros medievais como o poeta Ausiàs March, que viveu até 1459. Durante esse período também é criada uma norma culta para a língua catalã, que se populariza e legitima sua unidade administrativa e literária. No século 16, a maior parte da elite Valenciana passa a trocar o catalão pela língua espanhola, embora classes trabalhadoras rurais e urbanas continuassem a falar sua língua-mãe.
Durante a ditadura de Francisco Franco, de 1939 a 1975, o idioma catalão, assim como outras línguas regionais como basco e galego, teve seu uso proibido no território espanhol. Não só o uso da língua, mas a autonomia cultural da região da Catalunha foi suprimida durante o regime, o que causou uma série de revoltas separatistas - raízes históricas que nos fazem compreender melhor o plebiscito de independência da Catalunha decretado em 2017.
Hoje em dia, o catalão é falado em países como Espanha, Andorra, França e Itália, sendo a língua oficial da Catalunha e das Ilhas Baleares e tendo mais de 10 milhões de falantes ao redor do mundo.
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