A dupla chegou a confirmar a morte de 30 vítimas, além de fabricar e vender tortas com carne humana
Wallacy Ferrari Publicado em 29/03/2020, às 08h00
Selfies, deboches e risadas; reações distantes de ocasiões de óbito, onde se prioriza o silêncio e o respeito ao falecido. No caso de Dimitri e Natalia Baksheeva, esse molde de moralidade sobre a morte era mais uma coisa a se rir.
Com um namoro que já perdurava por 20 anos, o casal vivia metade do tempo em um alojamento no trabalho de Natalia, e a outra metade em um apartamento semi-abandonado de um complexo militar.
Natalia, com 42 anos, era enfermeira na academia da base aérea em Krasnodar, mas havia sido demitida por alcoolismo. Seu marido, Dimitri, com 35, já tinha histórico na polícia por assaltos em imóveis e roubo de carros quando jovem, mas já estava com a pena expirada.
Apesar de um estilo de vida antissocial, o casal seguia uma rotina normal nas atividades cotidianas, pelo menos, até setembro de 2017. Em uma academia, onde Dimitri treinava, um corpo de uma mulher desmembrada, dentro de um balde e uma mochila foi encontrado.
Na mochila, que era do homem, a polícia encontrou uma foto bizarra do mesmo com uma mão humana em sua boca, fazendo dois sinais — na primeira imagem, a mão, com os punhos entre seus dentes, tinha os dedos dentro de seu nariz; em outra, fazia o sinal do rock, com o indicador e o mindinho levantados.
As fotos foram suficientes para iniciar uma longa investigação, onde Dimitri inicialmente disse que apenas havia encontrado o corpo em um matagal e feito a brincadeira imprudente, mas posteriormente acabou confessando o assassinato da garçonete Elena Vashrusheva, de 35 anos. Entretanto, no apartamento do assassino, a surpresa foi ainda maior para as autoridades.
Apetite macabro
Latas com carne humana cozida, pernas, torsos e cabeças em um porão - e muitos outros membros conservados em vinagre na geladeira - faziam a cozinha do casal parecer um abatedouro.
Quando indagada sobre o último assassinato, Natalia afirmou que, por prazer carnal, encenou junto ao marido uma cena teatral de ciúme antes de matar a garçonete. E assim fez com, ao menos, 30 vítimas.
Entre escalpos de cabelo, itens cortantes, materiais para conserva e até amostras de pele, a Polícia encontrou fotografias, armazenadas digitalmente nos computadores e celulares da casa ou reveladas em papel fotográfico, mostrando cenas de crueldade e deboche com completo desrespeito aos corpos. Normalmente, o casal marcava a data da ocasião nos filmes fotográficos.
Em uma delas, não somente uma cabeça estava no centro de uma mesa e decorada com frutas na boca e ao redor, mas ao canto inferior esquerdo, a fotografia estava datada no dia 25 de dezembro de 1999, servindo a cabeça na cerimônia de Natal, corroborando o fato de que o casal já estava realizando os atos há 18 anos. No computador de Natalia, uma surpresa ainda maior: vídeos.
Armazenado em um HD, o casal brincava e ensinava diversas receitas com carne humana, com instruções de limpeza, ponto de preparo, temperos para tirar o gosto, descrito como “encorpado e amargo”, além abusar da criatividade, aproveitando partes “com mais carne”, como as nádegas e coxas, mas também usando as bochechas e até mesmo a pele.
A principal iguaria da casa era a torta de carne moída com cebola e tomate, que não só foi encontrada na geladeira pela polícia local, mas, de acordo com o casal, chegou a ser servida para visitas e até completaram a renda sendo vendidas para comerciantes locais e cadetes da base aérea que Natália trabalhava. E a recepção era bastante positiva, de acordo com a enfermeira.
A sangue frio
Em depoimento, o casal afirmou que tinha um terceiro cúmplice, Roman Sidorov, que usava de suas habilidades sociais para recrutar homens e mulheres, sem distinção de preferências físicas ou crenças, por aplicativos e sites de relacionamentos.
Um comerciante local confirmou que quase havia sido atacado pelo casal seis semanas antes da descoberta das autoridades, mas conseguiu escapar com um taxista.
Após as inúmeras evidências, em 2019 o casal foi condenado a prisão por assassinato em grupo após uma árdua investigação de importância especial. Natalia cumpre uma pena de 10 anos em uma colônia penal e mais 1 ano e meio em uma prisão convencional.
Dimitri foi condenado a 12 anos em um presídio de segurança máxima, mas morreu na cadeia em fevereiro deste ano.
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