A princesa foi homenageada pela família real com uma estátua na manhã de hoje em comemoração ao seu aniversário de 60 anos
Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 01/07/2021, às 14h13
A soberania da família real britânica proporciona protocolos e privilégios que chamam a atenção do mundo pela rigorosidade e restrição de acesso.
Com isso, o poder aquisitivo e outras regalias na mais famosa monarquia do mundo acompanhou a evolução da imprensa durante os séculos 20 e 21, que cobriu amplamente as mudanças e episódios da família.
Contudo, um contraste surgiu no final da década de 1970. Com cabelos loiros, postura meticulosa e namorando o filho da rainha, Diana surgia aos olhos do mundo.
No entanto, não apenas a beleza e posição chamou atenção da imprensa, pois sua postura como princesa consorte revolucionou o título real — principalmente pelo trabalho de filantropia.
Em 1995, quando já estava longe do caos da realeza, Diana deixou claro qual era seu desejo enquanto membro da família da rainha. “Eu preferiria que a monarquia estivesse mais conectada às pessoas”, afirmou .
Do momento que oficializou a união com príncipe Charles até seu falecimento inesperado, em 1997, Lady Di foi madrinha de mais de cem instituições de caridade, além de auxiliar financeiramente outras centenas relacionadas a fome, o combate as minas terrestres e desestigmatização da AIDS.
Aproveitando a amplificação de sua imagem pública como referência de moda e beleza, Diana deu voz às causas, comparecendo diretamente às instituições e adequando a agenda oficial para conhecer de perto as vítimas das situações adversas para a época. Dessa maneira, se encontrou com deficientes físicos, que perderam membros do corpo com as minas terrestres em conflitos.
“Como sobrevive de popularidade e aparência, a monarquia precisa se adaptar a expectativas populares, do contrário não conseguiria exercer seu papel de construtora de unidade nacional. A atuação mais espontânea de Diana possivelmente indicou um caminho de maior popularidade, pela humanização dos membros da família real”, diz o professor Elion Campos, doutorando em história social e professor nos cursos de História da faculdade Estácio de Sá em entrevista à AH.
Ainda mais surpreendente foi quando Diana, no auge do medo mundial pelo surgimento da AIDS, se encontrou com um paciente soropositivo e o cumprimentou com um aperto de mão sem luvas, ato inconcebível para a época — mas ajudou a conscientizar sobre as formas de transmissão, em 1987.
“Diana ousou, em alguns momentos mais, outros menos, romper com essa construção de imagem e mostrar-se como um ser humano, dotado de virtudes, mas também de defeitos, imperfeições e dúvidas. Esse fato, somado ao carisma pessoal pode ter sido responsável por sua popularidade. De alguma forma, as pessoas que enxergavam a realeza como um mundo de perfeição e fantasias podem ter se identificado”, afirma o professor.
Porém, as crianças foram foco para a princesa auxiliadora, que realizou expedições para a África antes e depois do casamento, conhecendo de perto a situação de extrema pobreza.
Em 1997, pouco tempo antes de morrer, chegou a ir até Angola, conhecendo crianças amputadas em decorrência da guerra civil que acometia o país.
O peso das ajudas conseguiu auxiliar a família real britânica a compreender o impacto publicitário de Diana. Ao falecer, recebeu um funeral com milhões de pessoas acompanhando pela televisão, além das centenas de homenagens deixadas nos palácios da monarquia, deixando de lado a separação da loira.
Bill Clinton, ex-presidente dos EUA e então presidente do conselho consultivo do International Aids Trust em 2001, enalteceu Diana como a principal amplificadora dos cuidados contra o HIV, fazendo o mundo voltar os olhos para a condição: "Ela mostrou ao mundo que as pessoas com AIDS não mereciam isolamento, mas sim compaixão", registrou a BBC.
Hoje, as atitudes reverberam com os membros mais novos da mais famosa monarquia do mundo. Seus filhos e noras, que nunca pôde ver em idade adulta, adicionam ao cronograma oficial da realeza diversas visitas para instituições carentes, assegurando o prestígio.
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