Vítimas de fins trágicos, poucos entre os irmãos de D.Pedro I tiveram uma vida realmente tranquila
Ingredi Brunato Publicado em 20/09/2020, às 10h00
Conta a lenda que um dia D. João IV teria sido violento com um morador de rua que lhe pediu uns trocados, e o homem então lançou uma praga no monarca português, dizendo que nenhum dos seus filhos conseguiria viver o suficiente para assumir o trono.
Alguns foram coroados, o que mostra que a praga não foi assim tão forte, mas nem por isso a vida dos filhos do rei, dentre os quais estava D.Pedro I, nosso primeiro Imperador, foi tão glamurosa quanto se poderia esperar.
Pensando nisso, separamos o destino dos irmãos do monarca na lista abaixo.
1. Dom Miguel I
O terceiro filho de João IV queria o trono a qualquer custo, uma boa personificação da lógica maquiavélica de “os fins justificam os meios”. Havia sim alguns obstáculos no seu caminho, como o fato de a próxima na linha de sucessão ser a jovem D.Maria da Glória, todavia Dom Miguel contornou o problema realizando um casamento com sua própria sobrinha.
D. Pedro I desempenhou aqui um papel pacificador, e pressionou seu irmão ambicioso a fazer o que era certo. Depois disso, D. Miguel acabou exilado de sua terra natal, passando o restante de seus dias na capital da Áustria, a cidade de Viena. Apesar disso, nunca deixou de ter a má reputação de usurpador.
Quando sua família fugiu para o Brasil, Maria Assunção tinha somente três anos de idade. Acabou ficando na Europa. Não ficou totalmente livre de viagens. Quando os Bragança voltaram para o continente, se mudando para Lisboa, a então jovem de 28 anos precisou fazer sua primeira mudança.
E teria sido melhor se não tivesse feito: a nobre acabou pegando cólera-morbo, que era a doença epidêmica na Portugal da época. Nem seu sistema imunológico, nem a pouco avançada medicina da época puderam salvá-la.
3. Maria Isabel de Bragança
Falando em medicina pouco avançada, Maria Isabel sofreu a morte mais trágica e dolorosa entre seus irmãos. Ela se casou com seu tio, o Rei Fernando VII de Bourbon. A união resultou no nascimento de uma filha que não teve forças para chegar à maturidade, morrendo aos dois anos de idade.
A perda da menina foi muito difícil para Maria Isabel, todavia, não era nem o fim de seu sofrimento. Em sua segunda gravidez, sua filha não estava na posição ideal dentro de sua barriga, e a nobre precisou fazer uma cesárea.
O procedimento deu errado de todas as formas possíveis: os médicos da época não estavam conseguindo retirar o bebê. Acabaram fazendo cortes tão invasivos que a nobre morreu de parada respiratória, e sua filha sequer sobreviveu.
4. Ana de Jesus Maria de Bragança
Filha mais nova de D. João IV, Ana de Jesus tomou uma decisão matrimonial inédita: ela se casou por amor, com o general D. Nuno José Severo de Mendoça Rolim de Moura Barreto.
O os dois tiveram cinco filhos juntos, no entanto, não é possível dizer que a vida de casados foi muito boa, tendo em vista que acabaram se separando oito anos depois. Embora infeliz no amor, Ana de Jesus teve uma vida até que longa para os padrões da época, morrendo aos 50 anos de idade.
5. Maria Francisca de Assis de Bragança
Ao contrário das duas irmãs acima, Maria Francisca de Assis não só se casou, como seu matrimônio foi útil para sua família, tendo a função de aproximar Portugal e Espanha. Levou, assim, uma vida mais tradicional para sua época. Infelizmente, morreu relativamente cedo, aos 34 anos.
6. Maria Teresa de Bragança
Filha primogênita dos pais, teve uma vida ativa politicamente, fazendo aliados e elaborando estratégias com uso de agentes particulares. Ela, tal como D.Miguel, tinha interesse no trono Português, entretanto, não conseguiu.
Sua vida foi cheia de mudanças: veio para o Brasil com os pais quando estavam fugindo da invasão napoleônica, e também acabou na Espanha por conta de um casamento. Apesar da agitação, Maria Teresa foi capaz de viver uma vida muito longa, morrendo apenas com 81 anos de idade.
7. Isabel Maria Bragança
Quarta filha mulher do polêmico casal, a nobre foi Rainha Regente de Portugal por certo período, para depois entregar a regência a D. Miguel. Ela morreu solteira, tendo passado os últimos anos de vida muito dedicada à Igreja Católica.
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