Idolatrado dentro de campo, Maradona foi controverso fora das quatro linhas. Relembre alguns episódios envolvendo o camisa 10 argentino
Fabio Previdelli Publicado em 28/11/2020, às 11h00 - Atualizado em 17/09/2022, às 19h00
Em 2020, o mundo do futebol ficou mais triste com a morte de Diego Armando Maradona. Vítima de uma parada cardiorrespiratória, o ex-jogador nos deixou aos 60 anos. Dias antes, Maradona havia passado por uma cirurgia no cérebro. No entanto, todos esperavam por sua breve recuperação.
Unanimidade dentro das quatro linhas, Dieguito foi um dos maiores jogadores da história. Ídolo do Boca Juniors e do Napoli, o camisa 10 é o grande herói dos argentinos, principalmente depois que conquistou a Copa do Mundo de 1986.
Se dentro de campo era reverenciado, fora dele foi controverso e polêmico. Não só por sua agitada vida privada, mas também por suas convicções e amizades políticas, e por sua rivalidade com Pelé — embora os dois tivessem uma relação de amizade.
Relembre 5 momentos polêmicos da carreira de Diego Armando Maradona:
Após sair do Barcelona, em 1984, aos 24 anos, Maradona se transfere para o, até então, modesto Napoli. Aquele que seria um de seus maiores desafios da carreira, também foi um dos mais recompensadores. Enquanto ainda defendia as cores dos Azzurris, Diego disputou a Copa do Mundo de 1986, no México.
A competição foi a única vencida pelo argentino. E foi justamente nela que o craque se envolveu em uma das maiores polêmicas de sua carreira como jogador. Nas quartas-de-final, contra a Inglaterra, antes de marcar o chamado “gol do século”, Dieguito havia usado a mão para marcar o primeiro gol dos argentinos.
Quando o zagueiro inglês Steve Hodge deu um chutão para cima e a bola foi em direção a sua própria área defensiva. Maradona disputou a bola com o goleiro e acabou marcando um gol com o punho cerrado. O tento foi validado. “Lo marqué un poco con la cabeza y un poco con la mano de Dios” (“Eu marquei um pouco com a cabeça e um pouco com a mão de Deus”), disse o jogador após a partida.
Na Copa seguinte, em 1990, a Argentina chegava com força para vencer mais um mundial. Porém, no meio do caminho da albiceleste estava o selecionado brasileiro, que era regido por Müller e Careca — companheiro de Maradona no Napoli.
A vitória dos hermanos, no entanto, guarda um episódio bem obscuro e polêmico. Quando os jogadores brasileiros se reuniram para se hidratarem, Diego lhes deu uma garrafa com água batizada. Isso aconteceu aos 39 minutos do primeiro tempo.
"Vascooo, desse não, desse não, do outro!", gritou Maradona a Olarticoechea, seu companheiro de seleção. O grito alertou os argentinos que não sabiam do ocorrido. Em uma entrevista em 2004, 14 anos depois, que foi repercutida pelo UOL, Diego relembrou o episódio:
“Eu dizia, beba, beba, Valdito... E depois veio Branco, que tomou toda a água. Justamente o Branco, que batia as faltas e caía", disse gargalhando. "Depois do jogo, estavam os dois ônibus juntos, e Branco me olhava pela janela e me apontava o dedo, me culpando, e respondia com gestos de que não tinha nada a ver com aquilo. Branco jogava na Itália e tínhamos boa relação. Depois disso não conversamos mais”.
Os jogadores brasileiros foram drogados com Rohypnol, um tranquilizante de uso psiquiátrico. Na ocasião, a Argentina venceu por 1x0 com gol de Caniggia, depois de linda jogada de Maradona, na reta final da partida.
Fora dos campos, Maradona tinha um posicionamento político bem claro e explícito: sempre foi de esquerda. Isso fica bem claro em duas importantes figuras que viraram, literalmente, uma marca no jogador: Che Guevara e Fidel Castro, que tinham seus rostos tatuados em sua panturilha esquerda e em seu ombro direito, respectivamente.
Quando questionado sobre a primeira tatuagem, em 2000, apenas disse: “também sou um rebelde neste mundo”. A segunda veio depois, quando foi “salvo” por Castro. “Isto de estar vivo tenho de agradecer ao Barbudo (Deus) e… ao Barbudo (Fidel)”, escreveu em sua autobiografia Eu sou El Diego (2000). “Tudo o que ele fez por mim não tem pagamento”, afirmou.
Por mais habilidoso que fosse, Maradona sempre fraquejava para um de seus maiores inimigos: ele próprio. Dono de uma personalidade ímpar, o craque argentino se afogou nas próprias desilusões e vícios, tendo uma luta diária contra a dependência química.
O primeiro contato de Maradona com a as drogas foi logo quando chegou ao Barcelona, em 1982. “A primeira vez que tomei drogas foi em 1982, na Europa, e fiz para me sentir vivo”, afirmou. Entretanto, o camisa 10 só foi pego no exame antidoping em 1991, quando disputava sua sétima temporada pelo Napoli.
Após ser suspenso por 15 meses, sua carreira entra em declínio. Depois de regressar a seu país, onde jogou no Newell’s Old Boys, voltou a se envolver com cocaína e foi preso por porte de drogas, sendo liberado após pagamento de fiança.
Já em 1994, em plena Copa do Mundo, Maradona é suspenso do torneio por cair no antidoping, dessa vez pelo uso da substância ephedrina. Com isso, a FIFA o proibiu de jogar por um ano. Em 2000, ele sofreu uma recaída e foi internado em uma clínica de reabilitação em Cuba, onde acabou morando por vários anos.
Entre as internações, Maradona também ganhava o noticiário por sua vida particular. Em 2003, passou a acusar Claudia Villafãne, sua esposa na época, de desviar parte do dinheiro que ele recebia. Além do mais, no mesmo período, ele supostamente mantinha relações extraconjugais.
Além de Villafãne, o atleta também se relacionou publicamente com Rócio Oliva, em 2014, a quem acusou de lhe roubar joias e relógios. A jovem até foi presa, mas continuou se relacionando com o ídolo até 2019, quando terminaram definitivamente. O jogador chegou a ser investigado por uma suposta agressão, mas isso foi descartado pela polícia.
Fora do casamento, Diego teve três filhos, todos reconhecidos por ele: Jana, que nasceu em 1996 e é filha de seu envolvimento com Valeria Sabalain; Diego Junior, de 29 anos, filho de Cristina Sinagra; e Diego Fernando, de 10 anos, fruto da relação com Verónica Ojeda.
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