Após perder o controle do caça F-106A, o 1º Tenente Gary Foust teve que tomar uma decisão
Fabio Previdelli Publicado em 08/05/2022, às 08h00
O dia 2 de fevereiro de 1970 começou como qualquer outro para aqueles três pilotos da Força Aérea dos Estados Unidos. Na data em questão, eles fariam um treinamento de rotina que sairia da Base Aérea de Malmstrom e se deslocaria pelo céu claro, mas frígido, de Montana.
É verdade que, num primeiro momento, a sessão de manobras de combate aéreo contaria com quatro aeronaves, mas uma teve que ficar fora dos treinamentos depois de um problema em seu paraquedas de segurança, que foi acionado por acidente e ficou espalhado pela pista.
Desta forma, 1º Tenente Gary Foust conduziu o caça principal e os majores Tom Curtis e Tim Lowe pilotaram os outros dois. Quando chegaram ao objetivo determinado, eles começaram a colocar em prática suas manobras de combate. Até ali, tudo se encaminhava para ser uma sessão de treinos de rotina.
O major Curtis seria o ‘combatente inimigo’ designado naquele dia e começou a envolver os outros dois caças em um duelo de alta velocidade para testar sua coragem e habilidade. Seu primeiro alvo foi o F-106A de Foust. Seu plano era forçá-lo a realizar uma manobra vertical para colocá-lo em desvantagem.
Com a manobra completa, o major executou outra tática chamada ‘reversão de alto G’, a cerca de 38.000 pés de altura. Ao girar e rolar sua aeronave para reduzir sua velocidade no ar, ele esperava que os outros pilotos fossem "forçados" a passá-lo — algo que o 1º Tenente acabou fazendo.
Porém assim que o ultrapassou, o caça começou a estremecer e logo seu nariz foi em direção à terra firme. Como explica matéria publicada pelo ‘Desventuras na História’, um projeto do Aventuras na História em parceria com o professor e podcaster Vitor Soares, depois de muitas tentativas de colocar o seu F-106 no funcionamento correto, Gary Foust decide apertar o botão “ejetar” para evitar que uma tragédia acontecesse.
Como de se esperar, a partir dali seria só questão de segundos para a aeronave se espatifar pelo solo, certo?
Entretanto, algo surpreendente aconteceu: assim que ele ejetou, o avião saiu do giro, nivelou e retomou o vôo em linha reta. Como se estivesse sendo pilotado por alguém. A situação foi tão inusitada que o major Lowe chegou a comentar em tom de brincadeira: “Garry? É melhor você voltar para aquela coisa”.
Ao ver seu avião indo em direção ao horizonte sem ninguém no comando, a única coisa que o oficial pudera esperar é que o caça não caísse em uma área povoada. A aeronave planou até pousar suavemente em um campo de trigo que estava coberto pela neve. O agricultor dono das terras ligou imediatamente para o xerife local para relatar o que acabara de presenciar. Logo a base militar foi avisada do destino do F-106A.
Conforme explica matéria do Desventuras, mesmo em solo, os mecânicos ficaram com medo de chegar perto do caça. Assim, eles esperaram acabar o combustível e a nave simplesmente desligar sozinha antes de analisarem o que aconteceu.
Para a surpresa geral, o avião estava quase em perfeitas condições. Seu bom estado fez com que um dos pilotos comentasse alegremente que seria possível voar de volta à base com o caça — que foi parcialmente desmontado, enviado para reparos e colocado novamente em serviço ativo.
O "Cornfield Bomber", como ficou conhecido, agora reside no Museu Nacional da Força Aérea dos EUA , em Dayton, Ohio. É possível ver o testemunho do próprio Gary Foust sobre o ocorrido no vídeo abaixo. Confira!
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