Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 99 crianças morreram em razão do garimpo ilegal em terras Yanomami no ano de 2022
Giovanna Gomes Publicado em 23/01/2023, às 10h38
No ano passado, 99 crianças indígenas do povo Yanomami morreram em razão do garimpo ilegal em Roraima. As mortes, conforme revelou o Ministério dos Povos Indígenas na última sexta-feira, 20, se deram por desnutrição, pneumonia e diarreia na grande maioria dos casos. As vítimas tinham entre um e quatro anos.
Além disso, foram confirmados, em 2022, 11.530 casos de malária no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, distribuídos entre 37 Polos Base. Como informou o portal de notícias G1, as pessoas mais afetadas foram aquelas com mais de 50 anos de idade.
De acordo com a pasta, nos últimos quatro anos, o número de mortes entre crianças devido à contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, foi de 570. O Ministério da Saúde chegou a decretar uma emergência de saúde pública em reação aos dados alarmantes. Em breve, também o governo Federal deve decretar estado de calamidade pública.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou, uma visita à região no último sábado, 21, a fim de acompanhar o trabalho do Ministério dos Povos Indígenas junto ao Ministério da Saúde na Terra Indígena Yanomami.
Recebemos informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças Yanomami em Roraima. Amanhã viajarei ao Estado para oferecer o suporte do governo federal e, junto com nossos ministros, atuaremos pela garantia da vida de crianças Yanomami", escreveu Lula em seu perfil no Twitter, na semana passada.
De acordo com o portal de notícias, equipes do Ministério da Saúde estão desde segunda-feira, 16, realizando atendimentos na região e elaborando um diagnóstico sobre saúde Yanomami. Desde então, ao menos oito crianças foram resgatadas em estado grave.
As ações emergenciais serão conduzidas pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara junto à Fundação Nacional do Povos Indígenas (Funai) e à Secretaria Especial de Saúde Indigena (Sesai).
Além disso, a região contará com apoio do Ministério da Saúde, Ministério da Justiça, Ministério do Planejamento e Orçamento e do Ministério de Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome.
"Diante da grave crise humanitária que avança sob o território, em reunião emergencial, a presidência, juntamente com o MPl, concluiu que a intervenção é urgente e primordial, assim decidiu-se o acompanhamento da situação in loco", disse o Ministério dos Povos Indígenas.
No mês de novembro do ano passado, a operação Yoasi, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) revelou um esquema de fraude na compra de remédios destinados ao Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), em Boa Vista.
Conforme apontaram as investigações, dois coordenadores firmaram o contrato com uma empresa para o fornecimento de 90 tipos de medicamentos que deveriam ser destinados à saúde Yanomami, porém a companhia entregou menos de 30% do previsto.
De acordo com a fonte, participaram do esquema servidores ligados ao Dsei-Y e ao dono da empresa contratada. A PF estima que R$ 600 mil tenham sido desviados, de modo que ao menos 10 mil crianças indígenas ficaram sem medicamentos.
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