Através de pesquisas computadorizadas, pesquisadores descobriram sua verdadeira aparência e derrubaram mitos sobre a morte do governante
Wallacy Ferrari Publicado em 07/08/2020, às 09h00
Tutancâmon, a múmia mais famosa de todos os tempos, viveu apenas 19 anos, entre 1346 a.C. e 1327 a.C. Esse período foi suficiente para levantar muitas dúvidas sobre o reinado da 18ª dinastia: seu governo, que durou dos seus 10 anos até os 19, e sua morte, possui lacunas históricas que são estudadas intensamente por historiadores e arqueólogos especializados; e com o avanço da tecnologia, respostas mais claras são obtidas.
Desde o descobrimento do túmulo de Tutancâmon, em 1922, diversos processos mecânicos e digitais são utilizados buscando aperfeiçoar a compreensão dos legados do Egito Antigo.
A primeira vez que o corpo passou por um processo de escaneamento digital foi em janeiro de 2005, quando a múmia foi removida de seu sarcófago e transcrita por via de 1.700 imagens provenientes de uma tomografia computadorizada.
Com a primeira tomografia, foi possível descartar uma antiga crença de que o rei havia sido assassinado com um golpe na cabeça, graças a uma lesão craniana; os exames apontaram que a morte foi causada por complicações infecciosas graças a uma lesão na perna, durante uma sessão de caça, que o fez contrair malária. Já o pedaço de crânio quebrado se tratou de um erro durante o processo de mumificação do corpo.
Em 2014, o London’s British Museum, em parceria com a BBC, fez uma análise de 2 mil imagens radiológicas de seu corpo, junto a um estudo da análise genética de cinco gerações de sua família.
Foi possível reconstruir o corpo e rosto de Tutancâmon com uma ilustração em 3D. Com um crânio esticado, queixo contraído e dentes protuberantes os pesquisadores reproduziram reações no rosto do rei por via desta necropsia virtual.
Sua lesão na perna, uma fratura um pouco acima do menisco, foi igualmente reproduzida e explica o motivo da presença de mais de 130 bengalas dentro de seu sarcófago.
Os dedos do pé esquerdo, tortos para dentro, pressionavam seu tornozelo contra o chão, intensificando sua lesão. Seu pênis foi embalsamado em 90 graus, como se estivesse ereto. Com todos os exames, foi possível concluir como foi, ao menos, o corpo de Tutancâmon nos seus últimos dias de vida.
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