Mais lidas do ano: A entidade, que uma vez foi uma pessoa de carne osso, se popularizou no folclore brasileiro como feroz guardiã da floresta
Alana Sousa Publicado em 06/09/2020, às 09h00 - Atualizado em 01/01/2023, às 19h29
Uma das criaturas mais curiosas do folclore brasileiro também é uma das menos conhecidas pelo público. Diferente do Saci-Pererê, Mula Sem Cabeça, Curupira ou Boto-cor-de-rosa, a Comadre Fulozinha é mais popular no Nordeste do Brasil e atua como uma guardiã das florestas.
Fulozinha habita na Zona da Mata de Pernambuco, — mas, por vezes, pode ser vista em regiões próximas. Destemida protetora dos animais e da natureza, a entidade se assemelha com a Caipora, porém, demonstra sua furia quando confundida com a outra assombração das matas.
A versão mais conhecida da Comadre a descreve como sendo uma criança, com longos cabelos pretos e uma tendência a travessuras (algumas versões a reproduzem como uma mulher). Seus truques incluem trançar as crinas de cavalos, abrir porteiras de fazendas e desorientar caçadores com seu assobio potente.
O assobio, inclusive, é um de seus maiores poderes. Enfático, ele é uma das características mais complexas da Fulozinha. Quem estiver perdido na mata e, por acaso, ouvir o som da protetora deve ficar atento. Se o barulho está perto, significa que ela está longe; se estiver longe, a guardiã estará mais próxima do que imagina.
Entretanto, para quem entra na floresta com a intenção de machucar os animais, sente a fúria da guardiã. Usando cipós como chicote, ela inflige dor para ensinar uma lição aos que desrespeitam seu lar.
Quem quiser agradar a criatura deverá dar-lhe presentes. Deixar um pote de mingau na entrada da mata é a principal atitude para fazê-la se afeiçoar pela pessoa. Outros itens incluem mel, confeitos e fumo — o que é usado para fazer com que ela desfaça os nós nas crinas dos animais.
Há quem diga que Fulozinha era uma menina do período colonial. Nascida em uma família problemática, ela teria fugida para a floresta, onde morreu de desnutrição e continuou a habitar o local para cuidar de sua maior paixão: a natureza.
Existe muito mistério em torno da lenda da Comadre, parte importante do folclore brasileiro. Ela foi passada entre gerações, o que fez com que as características do mito se tornassem voláteis e adaptáveis ao contador.
“O termo ‘folclore’ é um tipo específico de fato social e cultural (os aspectos sociais, econômicos, religiosos e lúdicos se entrelaçam nas manifestações folclóricas) que diz respeito às comunidades ou grupos de pequena extensão demográfica”, explicou Silvani Aparecida Szolomicki Rocha, no artigo Cultura Popular Brasileira e Folclore na Escola (2013).
Uma das manifestações culturais mais fortes da lenda da Comadre Filozinha foi passada de pais para filhos: a criatura é usada como forma de disciplinar crianças malcriadas. A história conta que a entidade não gosta de pequenos que desrespeitam os mais velhos. Em uma ocasião, ela teria colocado uma menina no telhado da própria casa após ela xingar a mãe.
Juntamente com seres temidos na crença nordestina, como a Perna Cabeluda e o Homem do Saco (Papa-figo), a Comadre Fulozinha é uma das tradições mais duradouras de estados da parte superior do país, encantando e assustando a imaginário popular há séculos.
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