Um dos maiores gênios da humanidade, o físico alemão Albert Einstein será retratado em novo documentário da Netflix: 'Einstein e a Bomba'
Éric Moreira Publicado em 24/01/2023, às 18h00 - Atualizado em 06/02/2024, às 16h16
Em 2023, um filme que conquistou destaque e que segue em evidência — especialmente nas premiações de cinema que vem acontecendo, sendo também um dos favoritos do Oscar 2024 — é 'Oppenheimer', de Christopher Nolan, uma dramatização histórica que gira em torno daquele que seria conhecido como "o pai da bomba atômica".
No entanto, Julius Robert Oppenheimer não foi o único homem envolvido nesse tenso processo da construção da primeira bomba atômica. Outra figura relevante nesse cenário é o físico alemão e uma dos maiores gênios que a humanidade já viu, Albert Einstein — que também será central em uma nova produção que chega no próximo dia 16 na Netflix.
A nova produção, no caso, será o documentário em longa-metragem 'Albert e a Bomba'. Dirigida por Anthony Philipson e produzida pela BBC Studios, a obra retratará não só a vida de Einstein, como também seu relacionamento complexo com a Alemanha, a bomba atômica e suas consequências devastadoras no Japão.
"O que aconteceu depois que Einstein fugiu da Alemanha nazista? Usando imagens de arquivo e suas próprias palavras, o docudrama mergulha na mente de um gênio torturado", descreve a sinopse.
O documentário, no caso, vai abordar pontos-chave da vida de Einstein a partir de uma mistura de imagens de arquivo e dramatizações, a fim de explicar, por fim, como seu trabalho "mudou o curso da história para sempre", e impactou todo o mundo.
Em seu elenco, aquele que dará vida a Einstein será o ator irlandês Aidan McArdle. Além dele, também são listados Andrew Havil, Raquel Barry, Helena Westerman, Leo Ashizawa, Jay Lewis Mitchell, Simon Markey, James Musgrave e Simon Haines.
No caso, o verdadeiro Albert Einstein, como já se pode perceber, foi uma figura que teve uma vida bastante agitada e curiosa. Além de um grande gênio e físico teórico, tendo cunhado e proposto a famosa Teoria da Relatividade, ele conquistou o seu renome no mundo da ciência ainda vivo.
Nascido em 14 de março de 1879 na cidade de Ulm, na Alemanha, Einstein não só influenciou muitas pessoas ao redor do mundo, como também foi influenciado por outras. E toda essa fama fez dele uma espécie de celebridade, de forma que alguns fanáticos já chegaram inclusive a cometer loucuras quando o físico estava em jogo.
Tendo isso em vista, confira a seguir cinco curiosidades sobre Albert Einstein, um dos pilares da física moderna e cabeça por trás da Teoria da Relatividade:
Embora Albert Einstein seja conhecido principalmente por todos os seus incontáveis feitos na ciência, uma informação sobre o físico mais conhecida somente por aqueles de seu convívio era que ele tinha, também, uma grande paixão pela música — em especial pelo violino.
Durante a infância, o pequeno Einstein não gostava das aulas de violino, incentivadas pela mãe, Pauline, que era pianista. Porém, quando tinha 13 anos, se deparou com as obras de um grandioso artista, que fez aflorar-lhe paixão pela música: o austríaco Wolfgang Amadeus Mozart.
O contato foi tão importante, mencionado no livro 'The Private Albert Einstein' ('A Vida Privada de Albert Einstein', em tradução livre), escrito por Peter Bucky, amigo do cientista, que o gênio tinha o costume de pensar em problemas ainda sem solução tocando violino, muitas vezes de madrugada. "De repente, ele dizia: 'Entendi!'. Como se, por inspiração, a resposta para o problema tivesse chegado a ele no meio da música", narrou Hans Albert, primeiro filho de Einstein, ao escritor.
Como já mencionado, Einstein conquistou o Prêmio Nobel de Física em 1921. E foi em uma época próxima — quatro anos depois, para ser exato — que o cientista visitou o Brasil, em uma viagem que fez pela América do Sul, tendo passado também pela Argentina e pelo Uruguai.
Einstein ficou maravilhado com o que encontrou nas terras tupiniquins: "Deliciosa mistura étnica nas ruas. Portugueses, indígenas e negros em cada canto de rua. Espontâneos como plantas, subjugados pelo calor", escreveu em seu diário. E as belezas naturais também encantaram-no, tendo descrito que o Jardim Botânico carioca como um espaço que "superaria o sonho das mil e uma noites".
Outro momento em que demonstra carinho pelo Brasil em seu diário é quando ele menciona o eclipse solar que ocorrido e analisado em Sobral, no Ceará, em 1919. "O problema que minha mente formulou foi respondido pelo luminoso céu do Brasil", escreveu. Naquele momento, cientistas da Inglaterra estudaram o fenômeno e puderam confirmar a curvatura da luz, hipótese levantada pelo gênio. O episódio foi responsável por ajudar a validar a Teoria da Relatividade.
Provavelmente um dos maiores impactos que a pesquisa de Einstein gerou para a humanidade, foi a formulação da bomba atômica. No entanto, reconhecendo os riscos que a arma representava para todo o planeta, esse feito não era um motivo de comemoração para o físico.
Em 1939, Einstein enviou uma carta ao presidente americano Franklin D. Roosevelt, onde alertava sobre a possibilidade de a Alemanha — nessa época, já vivendo seu terceiro Reich, o regime nazista — desenvolver bombas atômicas a partir da fissão de urânio. Porém, o alerta desencadeou o pior: os Estados Unidos desenvolveram o Projeto Manhattan, que acabou por produzir as bombas que seriam lançadas em 1945 sobre Hiroshima e Nagasaki.
Segundo Linus Pauling, químico americano e amigo de Einstein, o físico se arrependeu de ter enviado a carta a Roosevelt, anos depois. Segundo ele, se soubesse que os alemães não teriam conseguido desenvolver o armamento com sucesso, não teria feito nada.
Já sabemos que Einstein se aventurou (e muito) pela ciência, e também pela música. E ele quase se envolveu ainda em outra esfera, ainda mais inusitada: a política. Em 1952, depois que o primeiro presidente de Israel, Chaim Weizmann, faleceu, o cargo foi curiosamente oferecido ao físico alemão, pelo então primeiro-ministro, Ben-Gurion, sob a chancela do embaixador em Washington, Abba Eban.
No entanto, dessa vez Einstein recusou a oportunidade. Na ocasião, ele agradeceu a oferta e disse ter ficado profundamente tocado, mas fez a recusa por não se considerar suficientemente qualificado na área de relações humanas para tal, e não aceitaria funções nas quais não correspondesse às expectativas.
Ainda acrescentou à resposta que seu "desejo ardente era a contemplação ininterrupta" de todo o mundo, natural e físico, e não envolvido em questões políticas.
O patologista Thomas Harvey, que cuidou de Einstein depois de sua morte, fazendo sua autópsia, não só identificou o que o matou — um aneurisma da aorta abdominal —, como foi além: sem permissão, abriu o crânio do físico e removeu o seu cérebro; e tranquilamente o levou para casa, onde o manteve conservado em um pote de vidro por 40 anos.
Quando a ação foi descoberta pelo filho de Einstein, a princípio ele se enfureceu, mas foi eventualmente convencido a autorizar estudos com o órgão do pai. No entanto, embora muita pesquisa tenha sido feita, nada grandioso foi descoberto, e, em 1997, o cérebro foi devolvido à neta do físico, Evelyn.
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