Desativado na década de 1970, o cemitério funcionava juntamente a um hospital veterinário
Giovanna Gomes Publicado em 17/07/2023, às 14h52 - Atualizado em 11/10/2023, às 19h49
Se você já foi ao Parque Ibirapuera, provavelmente já notou a presença de uma imponente cruz de pedra situada ao lado do restaurante Selvagem. Esse monumento, ao contrário do que muitos podem pensar, não está associado a um local de orações, mas sim a um antigo cemitério de animais.
O cemitério, conforme informou a Folha de S.Paulo, foi estabelecido em 1929, depois que um grupo de moradores paulistanos se uniu à União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), a mais antiga sociedade civil brasileira, que foi fundada em 1895.
A organização construiu na antiga Rua França Pinto — em trecho onde hoje fica a Avenida IV Centenário — o primeiro hospital veterinário e cemitério de animais da cidade.
Na época, a região do Parque Ibirapuera ainda não era valorizada como nos dias atuais e havia grande disponibilidade de terrenos. O complexo do cemitério ocupava aproximadamente 13.200 metros quadrados, oferecendo um espaço dedicado a cuidados veterinários e um local de repouso para animais queridos.
Famílias que desejavam proporcionar um adeus adequado aos seus animais de estimação encontraram nesse cemitério um lugar especial.
Como destaca a fonte, os túmulos variavam em estilo e tamanho, assim como ocorre em cemitérios destinados a seres humanos. Alguns deles eram impressionantes, assemelhando-se a sepulturas de pessoas.
A inauguração do Parque Ibirapuera, em 1954, no entanto, faria com que a UIPA viesse a ser pressionada a buscar um outro lugar para operar. A essa altura, o bairro ao redor do parque estava se valorizando, e a elite local não via com bons olhos a existência de um cemitério ao lado de um espaço público tão importante.
Assim, em 1972, por determinação do então prefeito de São Paulo, Figueiredo Ferraz, a área ocupada pela UIPA e pelo cemitério de animais no Parque Ibirapuera passou por desapropriação.
A partir de então, a UIPA passaria a funcionar no local onde o se encontra até os dias atuais, na Marginal Tietê. Infelizmente, durante esse processo de mudança, quase todos os túmulos foram destruídos, com exceção de dois que ainda estão ali, um tanto escondidos, como uma lembrança do extinto cemitério.
Hoje em dia, é possível encontrar esses dois túmulos preservados como monumentos. Um deles, notável por seu tamanho imponente, pertence a um pastor-alemão. O outro, a poucos passos de distância, é um pequeno obelisco que marca o repouso de um animal chamado Pinguim.
Ambos os túmulos possuem inscrições com as datas de nascimento e morte dos animais, além de breves epitáfios escritos por seus tutores.
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