Cena do filme Batalhão 6888 - Reprodução/Netflix
Batalhão 6888

Batalhão 6888: O que aconteceu com as mulheres retratadas no filme?

Baseado em história real importante e esquecida da Segunda Guerra, Batalhão 6888 chama atenção no catálogo da Netflix

Thiago Lincolins Publicado em 23/12/2024, às 18h00

No ano de 1945, a 6888ª unidade do Exército dos EUA, composta exclusivamente por mulheres negras, fez história ao dar fim ao enorme acúmulo de correspondências enviadas às tropas durante a Segunda Guerra Mundial.

Por muitas décadas, essa história de suma importância foi esquecida, até que o diretor Tyler Perry resgatou essa importante narrativa através do filme "Batalhão 6888", já disponível na Netflix.

"Uma capitã (Kerry Washington) lidera um batalhão composto apenas por mulheres. A missão delas? Restaurar a esperança dos soldados que lutam nas linhas de frente da Segunda Guerra Mundial. Para fazer isso acontecer, elas precisarão entregar mais de 17 milhões de cartas que ficaram esquecidas", destaca a sinopse do filme.

O longa-metragem destaca as valiosas integrantes do 6888º Batalhão Central de Correios, que conseguiram organizar mais de 17 milhões de correspondências antes do prazo previsto, apesar de enfrentarem discriminação e condições precárias de trabalho.

O batalhão

A obra cinematográfica é baseada na verdadeira história do 6888º Batalhão Central de Correios, criado pelo Exército dos EUA no final de 1944.

Cena do filme Batalhão 6888 - Divulgação/Netflix

 

"Uma coisa que os soldados esperavam era a correspondência, saber que alguém ainda estava pensando neles", disse Lena King, uma das mulheres retratadas no filme, em 2019 ao Warfare History Network. "No serviço militar, a chamada do correio, quando os soldados se reuniam ao redor do carteiro para ouvir seus nomes serem chamados, era um momento muito significativo."

No entanto, com a escassez de oficiais postais existiu um grande acúmulo de cartas e pacotes. Para se ter ideia, alguns itens sofreram um atraso de até três anos, explica a revista Forbes.

Com esse cenário desanimador, o Exército dos EUA mobilizou o 6888º Batalhão Central de Correios. Era esperado que o trabalho das mulheres levasse até seis meses para ser concluído, contudo, a unidade solucionou o desafio em apenas três meses, ou seja, metade do tempo previsto.

Após o filme

Após assistir ao filme, muitos podem se questionar como estão atualmente as mulheres que fizeram parte do Batalhão 6888.

No dia 27 de fevereiro de 1946, as últimas integrantes da unidade embarcaram no navio Claymont Victory rumo aos Estados Unidos, explica a revista Forbes.

As mulheres também se reencontraram ao longo dos anos, incluindo uma em 1979 em Cincinnati, Ohio. Reuniram-se novamente em 1981 em Birmingham, onde foram homenageadas.

Charity Adams - Getty Images

 

Em 1995, Charity Adams, que chama atenção no novo filme da Netflix, refletiu sobre sobre sua experiência à frente do batalhão na autobiografia One Woman's Army: A Black Officer Remembers the Wac ("Exército de uma mulher: um oficial negro se lembra do Wac., em português"). Ela faleceu em 13 de janeiro de 2002, aos 83 anos.

Em 2022, apenas seis membros estavam vivas: Romay Davis, Cresencia Garcia, Fannie McClendon, Gladys E. Blount, Lena King e Anna Mae Robertson. King faleceu aos 100 anos em 18 de janeiro de 2024. Davis, a mais velha, faleceu em 21 de junho de 2024 aos 104 anos e Blount em 22 de junho do mesmo ano. 

Lena King - Arquivo pessoal

 

Em 2018, um monumento homenageando o trabalho dessas mulheres foi inaugurado em Fort Leavenworth, Kansas; além disso, a unidade recebeu a menção honrosa Meritorious Unit Commendation em 2019.

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