Até os dias de hoje, não se sabe exatamente o que fez com que os blocos de pedra encontrados na costa da ilha ficassem dispostos de maneira tão organizada
Isabela Barreiros Publicado em 26/06/2020, às 07h00
Em 2001, uma equipe de exploradores fez uma incrível descoberta no mar que cerca a ilha de Cuba. Na costa oeste do país insular, cerca de 650 metros abaixo da superfície, os pesquisadores conseguiram identificar, com seus tecnológicos equipamentos de sonar, grandes estruturas de pedra, anteriormente desconhecidas pelo mundo.
A missão de exploração, patrocinada pelo governo de Cuba, ainda na época do regime do comunista Fidel Castro, fez com que muitos questionassem se o achado seria uma espécie de Atlântida latino-americana. Essa comparação deu-se principalmente devido ao fato das pedras encontradas estarem dispostas de uma maneira que parecia demonstrar uma espécie de desenvolvimento urbano no local antes de ser afundado.
A engenheira naval Pauline Zalitzki e seu marido Paul Weinzweig, donos da Advanced Digital Communications (ADC), responsável pela descoberta, foram contratados por Castro para explorar as águas cubanas, onde muitos navios espanhóis afundaram durante a época da colonização europeia no continente americano. Além de conter muitos tesouros, as embarcações também poderiam revelar mais sobre a história colonial do continente.
A “cidade” afundada está localizada na península de Guanahacabibes, na província de Pinar del Río, extremo ocidental de Cuba — e, por mais que tenha sido encontrada em 2001, há quase duas décadas, ainda desperta interesse nos curiosos sobre o tema e especialistas. No entanto, são poucas — ou nenhuma — as pesquisas a respeito do local sendo realizadas atualmente.
Acompanhados de equipamentos capazes de fazer imagens e registros do local, foram revelados enormes blocos de pedra organizados. Muitos dos artefatos tinham semelhanças notáveis com o granito talhado ainda usado nos dias de hoje. As medidas são aproximadamente 2,4m de largura e 3m de altura, e algumas das rochas estavam colocadas em cima das outras, enquanto outras pareciam isoladas.
Por estarem quase simetricamente organizados, as pedras tanto em forma de pirâmide quanto circulares fizeram com que algumas pessoas pensassem que se tratasse de uma vila que submergiu há milhares de anos.
No entanto, o geólogo que acompanhou a missão, Manuel Iturralde, pesquisador sênior do Museu de História Natural de Cuba, afirma que isso não passa de lenda. “Essas são estruturas extremamente peculiares e capturaram nossa imaginação. Mas se eu tivesse que explicar isso geologicamente, teria dificuldade”, explicou o pesquisador.
De acordo com as pesquisas realizadas por ele acerca da descoberta, estima-se que as estruturas levariam cerca de 50 mil anos para afundarem até a profundidade em que foram encontradas em 2001. Esse é o principal argumento de Iturralde na defesa de que não se trata de uma cidade perdida, ainda que seja uma importante revelação para a comunidade de pesquisa. Ele completa: "[há] 50 mil anos atrás não havia capacidade arquitetônica em nenhuma das culturas que conhecemos para construir complexos edifícios”.
A principal responsável pelo achado, a engenheira naval Pauline Zalitzki, concorda com a tese elaborada pelo geólogo por meio de suas investigações. Ela afirma que a história, na verdade, é um mito. Segundo ela, a hipótese mais possível é que “o que descobrimos são restos mais prováveis de uma cultura local”.
A pesquisadora acredita também que o povo responsável pelas pedras ordenadas vivia numa região considerada uma “ponte terrestre” que unia a Península de Yucatán, no México, com a ilha de Cuba. Com mais de 160 km, a possível estrada seria a resposta para o mistério gerado pelos artefatos.
Ainda assim, existem inúmeras lendas da civilização maia a respeito de uma ilha ancestral que havia sido afundada e desapareceu sob as ondas do mar. Os nativos de Yucatecos, que vivem pela mesma região, também contam a mesma narrativa em suas histórias.
Iturralde considera as comparações da descoberta com a Atlântida descabidas. Ele não descarta a hipótese de que talvez tudo isso seja apenas um movimento normal realizado pela própria natureza. As formações rochosas podem ter sido levadas pelo mar de outros locais, ou até mesmo da própria região. “A natureza é capaz de criar algumas estruturas realmente inimagináveis”, afirma o geólogo.
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