Depois da execução pelos bolcheviques em 1918, os restos mortais da família russa demoraram para serem descobertos
Caio Tortamano Publicado em 17/07/2020, às 08h00
A Revolução Russa resultou na morte do czar Nicolau II e sua família, a última Dinastia, ordenada pelos líderes soviéticos do mais alto escalão. Executados friamente em julho de 1918, os cadáveres demoraram para encontrar paz. Isso porque o local onde os restos foram jogados era desconhecido.
A esposa de Nicolau, Alexandra, e seus cinco filhos, Alexei, Olga, Tatiana, Maria e Anastásia, embarcaram em uma longa jornada já sem vida. A execução em si foi trabalhosa, demorou mais de 20 minutos para matar todos os membros da família e os empregados da família. Yakov Yurovsky, responsável pela morte dos Romanov terminou a sangrenta execução e levou, junto aos seus homens, os corpos para uma floresta.
Chegando lá, os cadáveres foram despidos e as joias foram retiradas de suas roupas. Depois de terem sido cobertos com ácido, os Romanov foram enterrados. Entretanto, as covas eram rasas, o que fez com que os bolcheviques tivessem que buscar outro local para enterrar os restos.
Depois de terem cavado outra cova rasa, deixaram de fora dois membros da família. Maria e Alexei foram queimados, e o restante de seus corpos incinerados foram enterrados em um local diferente do resto da família.
Por mais que tenham assumido a morte do czar, os bolcheviques não anunciaram que toda a família havia sido executada. O partido oficialmente constatou que a mulher de Nicolau e seus filhos estavam sendo cuidados em um local sigiloso, enquanto se preocupavam em matar todos os familiares e amigos que ainda estavam vivos.
Em 1970, vários anos depois da morte, um pesquisador chamado Alexander Avdonin descobriu o local de desova da família. Mas foi somente em 1988, com a perda de força da União Soviética, que Avdonin pediu que o governo de Gorbachev investigasse a fundo o local.
Já com o colapso dos soviéticos, em 1991, o governo moveu uma árdua pesquisa na antiga casa onde a família havia sido aprisionada. Lá, descobriram centenas de ossos, e outros itens da família imperial e na floresta encontraram os restos dos familiares do czar. O DNA era, de fato, dos Romanov. Os restos foram enterrados na catedral de São Petersburgo e todos foram declarados santos na Igreja Ortodoxa Russa.
Entretanto, os cadáveres das duas crianças queimadas separadamente da família ficaram desaparecidas por um tempo. O mistério só foi solucionado em 2007, quando um homem que fazia parte de um grupo de busca pelos Romanov perdidos encontrou ossos de Maria e Alexei.
Apesar dos testes de DNA terem confirmado a veracidade, a Igreja Russa não reconheceu a descoberta, provavelmente em uma tentativa de agradar o governo de Putin. Os ossos das crianças estão guardados nos arquivos russos estatais, e não existe previsão para sepultamento ao lado dos pais.
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