Um estudo científico recente buscou responder essa dúvida através de dados
Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 10/04/2022, às 09h00
No último mês de março, um estudo publicado na revista "Personality and Social Psychology" revelou quais as características consideradas mais comuns em pessoas percebidas como "chatas" ou "entediantes".
Para chegar à conclusão, a pesquisa, que compilou os dados de três estudos separados, contou com as respostas de por volta de 500 entrevistados.
Foi pedido que eles listassem não só os aspectos de personalidade, mas também os hobbies e empregos que vinham à mente quando imaginavam alguém chato.
As respostas mais comuns incluíram características como falta de senso de humor, de opiniões e de hobbies, assim como a tendência a reclamar com frequência, segundo repercutido pelo Science Alert.
Já no campo profissional, aqueles que perseguem carreiras em bancos, na área de contabilidade ou na faxina lideraram o ranking como pessoas menos interessantes.
No lazer, por sua vez, os considerados mais entediantes são aqueles que gostam de usar seu tempo livre para observar pássaros, assistir televisão, ir à Igreja ou simplesmente dormir.
Longe de tentar apontar dedos, contudo, como pode parecer a princípio, o verdadeiro objetivo do estudo era mapear os estereótipos que envolvem a chatice. Assim, esses dados dizem mais a respeito das nossas crenças como sociedade do que como pessoas chatas de fato agem.
"A ironia é que estudar o tédio é realmente muito interessante e tem muitos impactos na vida real. [Este] artigo mostra quão persuasivas são as percepções de tédio e que impacto isso pode ter nas pessoas", relatou Wijnand Van Tilburg, o líder da pesquisa, através de um comunicado repercutido pela Revista Planeta.
"As percepções podem mudar, mas as pessoas [que tem essas percepções] podem não ter tempo para falar com aqueles que tem empregos e hobbies 'chatos', optando por evitá-los. Eles não têm a chance de provar que as pessoas estão erradas e quebrar esses estereótipos negativos", explicou o especialista.
Outro dado levantado nas entrevistas realizadas, por exemplo, perguntava às pessoas quanto elas precisariam ser pagas para aceitarem passar algum tempo com alguém que descrito com todas as características mais frequentemente relacionadas à chatice. O valor dado, em média, foi de 35 euros, ou R$ 225 convertido para nossa moeda.
"O próprio fato de as pessoas optarem por evitá-los [aqueles percebidos como entediantes] pode levar ao ostracismo social e aumentar a solidão, levando a um impacto realmente negativo em suas vidas", argumentou Tilberg, ainda conforme o Science Alert.
Dessa forma, o artigo científico nos convida a revermos nossos pré-conceitos a respeito da chatice, e darmos uma chance às pessoas que, a princípio, parecem pouco interessantes.
Até porque, os profissionais em ramos considerados entediantes por vezes são muito importantes para o funcionamento da sociedade, como é o caso do próprio contador, que é "a pessoa perfeita para fazer um bom trabalho em sua declaração de imposto de renda", conforme colocado pelo próprio pesquisador.
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