Em 2016, a combatente curta foi vítima do grupo terrorista e teve sua trajetória foi sexualizada
Victória Gearini Publicado em 13/12/2020, às 09h00
Conhecida como a “Angelina Jolie do Curdistão”, a jovem Asia Ramazan Antar deu a vida lutando contra o grupo autodenominado Estado Islâmico, em 2016. Além disso, a combatente foi vítima de comentários sexistas da imprensa ocidental, em decorrência da sua aparência semelhante à da atriz estadunidense.
Em 2015, Asia Ramazan Antar, na época com 19 anos, passou a integrar a organização militar do Curdistão, chamada de Unidades de Proteção das Mulheres (YPJ, na sigla em inglês).
Natural da cidade de Qamishli, a combatente que ficou conhecida como a 'Angelina Jolie do Curdistão', fazia parte da unidade militar totalmente integrada por mulheres.
Apesar da resistência de grupos religiosos conservadores, em 2015, mulheres pressionaram o Curdistão para aprovar leis que criminalizassem a poligamia, o casamento forçado e violência contra pessoas do sexo feminino. Tal fato resultou na criação da divisão militar composta somente por mulheres.
Antes de se unir à organização, Asia já havia perdido seis de seus primos e tios, que também morreram lutando contra o Estado Islâmico.
Após adotar o nome Vivyan Antar e concluir seu treinamento militar, a combatente foi enviada ao front de batalha que lutava contra o grupo extremista no norte da Síria, participando de cinco confrontos em Manbij.
Com uma personalidade marcada por sensibilidade e modéstia, Asia lutou de frente contra o Estado Islâmico, sem medo. Contudo, infelizmente, a jovem veio a falecer em agosto de 2016, após ser alvo de ataques promovidos pelo grupo extremista.
Repercussão
Nos últimos anos, centenas de mulheres curdas — em sua grande maioria adolescentes — morreram na guerra civil da Síria, lutando contra o Estado Islâmico. Asia, por sua vez, foi a jovem que mais repercutiu na mídia.
Em entrevista à BBC, em 2016, o combatente Choman Kannani demonstrou indignação após ver que a luta da jovem estava sendo minimizada pela imprensa, em decorrência de sua aparência física.
Responsável pela reconstrução da cidade de Kobane, o homem disse, ainda, que a filosofia das Unidades Curdas de Proteção à Mulher é lutar contra o sexismo e o uso da imagem de mulheres como objetos sexuais.
"Queremos dar a mulheres o lugar que merecem na sociedade e que elas sejam donas de seus próprios destinos. Viyan morreu por esses ideais. Nos meios de comunicação, ninguém falava dos ideais pelos quais ela morreu, nem o que Viyan fez pelas mulheres no Curdistão sírio nos últimos quatro anos", disse o combatente à BBC.
Já a comandante da unidade, Agrina Senna, fez um alerta quanto ao uso das imagens de Asia. "Veja as fotos dela, são todas angelicais, todas lindas, não se pode escolher uma só por esta ser parecida com uma atriz de Hollywood, Angelina Jolie ou Julia Roberts", indagou a combatente em entrevista à BBC.
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