Gal Gadot interpretando a Mulher-Maravilha - Divulgação / Warner Bros. Pictures
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Símbolo de empoderamento: As mulheres reais que inspiraram a Mulher-Maravilha

Neste Dia Internacional da Mulher-Maravilha, conheças as figuras históricas que inspiraram a criação da heroína da DC Comics

Wallacy Ferrari Publicado em 16/12/2020, às 15h40 - Atualizado em 21/10/2021, às 12h20

No dia 21 de outubro é celebrado o Dia Internacional da Mulher-Maravilha, que busca incentivar o público de histórias em quadrinhos a conhecer e ler obras com protagonismo feminino. 

A data surgiu no 75º aniversário da primeira aparição da heroína da DC Comics. Além disso, a Mulher-Maravilha foi declarada pela ONU como embaixadora honorária pela igualdade de gêneros. 

Contudo, se engana quem acredita que as primeiras passagens da personagem ocorreram em menos de 40 anos.

A personagem Diana Prince, que em roupas brilhantes se torna a Mulher-Maravilha, foi criada em 1941 por um psicólogo chamado William Moulton Marston, que já havia compreendido o sucesso do lançamento dos personagens Batman e Superman anos antes e que, com eles, os jovens conseguiram um meio de comunicação especializado para temas cotidianos.

A primeira super-heroína fez sua estreia no mesmo mês em que os japoneses atacaram a base naval americana de Pearl Harbor, no Havaí, o que levou à entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra.

Cena do filme Mulher-Maravilha / Crédito: Crédito: Divulgação / Warner Bros. Pictures

 

Contrastando com as lentas conquistas feministas da época, como o direito de voto e conquista do mercado de trabalho, William viu o meio como um jeito de defender o matriarcado e inspirar meninas a prosseguirem na luta pelos direitos igualitários.

Porém, a construção da personagem feminina não contou apenas com William, um homem branco de classe média, mas também com importantes mulheres ao seu redor.

A criação

De acordo com Jill Lepore no livro “A história secreta da Mulher-Maravilha”, o criador tinha diversas mulheres ativistas integradas em sua rotina. A principal delas era Sadie Elizabeth Holloway, sua esposa, que estudou na primeira faculdade para mulheres dos EUA, na época em que instituições como Harvard e Oxford aceitavam apenas homens, além de militar pela igualdade e contra o controle masculino da natalidade.

Na família, outra integrante foi responsável por formar a imagem da heroína, a sobrinha de William, Margaret Sanger, era uma enfermeira, sexóloga e escritora que se tornou símbolo do controle de natalidade dos Estados Unidos, chegando a fugir para a Grã-Bretanha por críticas de contrários ao aborto e morando, por um curto período, com Sadie e William.

A terceira figura que serviu de base para a personagem foi uma jovem chamada Emmeline Pankhurst, que não apenas foi um exemplo de personalidade, mas foi também uma inspiração para as características físicas.

Gal Gadot no filme da Mulher-Maravilha / Crédito: Divulgação / Warner Bros. Pictures

 

William a conheceu em 1911, quando a garota foi impedida de falar em público no campus da Universidade de Harvard, local onde estudava na época.

Símbolo de empoderamento

Com a soma de inspirações, a personagem foi bem recebida comercialmente, mas pouco associada ao feminismo pela editora durante os anos iniciais. Com o falecimento do autor, em 1947, a poderosa foi vista como símbolo americano da Guerra Fria ao longo das décadas de 1950 e 1960, sendo suprimida pelo Comics Code Authority, um código do governo que regulamentava o conteúdo de HQs.

A luz sob o comportamento feminista da personagem volta à tona na aclamada edição de estreia da revista americana ‘Ms.’, que antes era uma badalada coluna feminina do ‘The New Yorker’. Logo na capa, a super-heroína era pedida como presidente e escolhida a dedo pelas autoras Dorothy Pitman Hughes e Gloria Steinem, em 1972.

Desde então, a figura heroica é propagada como um símbolo de fortalecimento feminino em todo o mundo, eliminando a sexualização ao longo de décadas nos quadrinhos e, por fim, sendo representada por Gal Gadot nos filmes da DC Comics.


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