Discreto, o czar fazia poucas aparições públicas com as companheiras — mas fazia questão de relatar os momentos íntimos em seu diário pessoal
Wallacy Ferrari Publicado em 07/05/2020, às 10h42
O último czar do Império Russo assumiu o posto quando tinha apenas 26 anos e teve a oportunidade de demonstrar gerir a nação em uma época de glória, porém, com um governo repleto de polêmicas, Nicolau II se mostrou um péssimo administrador e presenciou a queda de um império em ruínas.
No âmbito pessoal, no entanto, o líder fazia questão de manter a intimidade ao máximo, evitando exageros na exposição de seus familiares e companheiras. Com poucos discursos longos e aparições públicas somente quando havia necessidade, Nicolau foi um contraste em relação a outros governantes europeus da metade do século 20.
O mesmo se replicava na sua vida amorosa; o russo teve poucos relacionamentos conhecidos pela mídia, mas intensos no âmbito pessoal. O mais antigo deles foi com Mathilde Kschessinskaya, uma bailarina polonesa que conheceu ainda na adolescência. O relacionamento de ambos foi o primeiro do então herdeiro, com 22 anos.
Após uma peça onde a jovem compunha o elenco, o pai de Nicolau, Alexandre III, decidiu ajudar o filho fazendo uso da sua notoriedade para chamar a atenção da garota. O empurrãozinho foi em um jantar, onde o próprio pai realizou o encontro. A desinibida jovem, na época com 18 anos, já havia tido outros companheiros e foi a responsável pela iniciação sexual do futuro líder.
O flerte surtiu efeito, com Nicolau relatando frequentes encontros na residência imperial, chegando a relatar a paixão em seu diário pessoal: “Mathilde me envolve em uma luz positiva”. A necessidade de ascender essa luz se tornou ainda maior quando Nicolau comprou uma mansão em São Petesburgo apenas para as visitas do casal, visando maior liberdade e privacidade.
No terceiro ano de relacionamento, a iniciação sexual e a nova residência resultaram em noites quentes de amor, relatadas também no caderno do herdeiro, que identificava a jovem apenas pelas iniciais de seu nome: “25 de janeiro de 1893. Segunda-feira. Fui à minha M.K. e passei a melhor noite com ela até agora. Estou impressionado — uma caneta treme em minha mão”.
Mudança de hábitos
O relacionamento durou até a véspera do casamento de Nicolau II, após a bailarina descobrir o noivado com Alexandra Feodorovna. Com um pedido do russo para o encerramento dos encontros, a princesa Alice de Hesse e Reno tomava o posto de companheira do czar e oficializava uma união que permaneceria até a morte.
O fator notável, no entanto, era que a nova cônjuge do russo não era desinibida como a amante anterior; do contrário, era filha do rígido Luís IV, Grão-Duque de Hesse e Reno, e havia tido poucas experiências íntimas e muito menos algum tipo de iniciação sexual. Sem o mesmo pulso da polonesa, os registros no diário do rapaz tomaram um teor mais romântico do que picante.
Com a frustração em relação a aproximação sexual, Nicolau chegou a relatar a vontade de conseguir externar seus instintos mais quentes com a companheira em seu diário: “Já a amo há muito tempo, mas com mais sentimento e força desde 1889, quando ela passou seis semanas em São Petersburgo. Durante muito tempo resisti, mas sei que os meus sonhos se vão tornar realidade”.
Já como imperador, a privacidade passava longe comparado aos dias que passou na mansão em São Petesburgo, com a casa repleta de funcionários e agenda cheia de compromissos oficiais. Um artigo do Daily Beast chegou a descrever a vida sexual da rainha apenas pelos “pequenos gestos íntimos que ela amava”. O casal era um dos únicos que dividiam a cama nas realezas europeias, mas frequentemente separados quando um dos dois precisava acordar mais cedo.
Com opositores promovendo a queda dos Romanov, o boato de que Alexandra se envolvia sexualmente com o promíscuo Rasputin chegou a movimentar os corredores do império e jogar pás de terra no relacionamento dos czares, porém sem confirmação histórica. Os relatos provenientes desse relacionamento apontam uma união carinhosa até a execução de ambos após a queda do governo, em 1918.
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