A série de romance da Netflix ganhou sua nova temporada na última quinta-feira, 16, mas família Bridgerton existiu? Descubra!
Isabelly de Lima Publicado em 17/05/2024, às 14h33 - Atualizado em 20/05/2024, às 18h51
A tão aguardada terceira temporada de Bridgerton finalmente chegou à Netflix, trazendo consigo uma onda de drama, romance e reviravoltas inesperadas para a família mais querida da alta sociedade londrina.
Na temporada atual, o foco central da trama se volta para Colin Bridgerton (Luke Newton) e Penelope Featherington (Nicola Coughlan), dois personagens que já conquistavam o público desde as temporadas anteriores. Mas, claro que os outros integrantes da família que dá nome à produção continuam construindo diversas histórias paralelas ao do casal principal, enriquecendo a trama cada vez mais.
Ainda que sejam muito famosos e a série se passe em um momento do período Regencial, muitos fãs ficam com a dúvida para saber se a família da produção existiu ou não na vida real. Será que eles foram reais? Veja a seguir!
Apesar de quase todos os personagens serem criações de Julia Quinn, autora da saga de livros que inspirou a série, muitos elementos ainda são verídicos e historicamente relevantes para o período de 1800, em que a trama é ambientada. Os criadores da série até contaram com uma consultora renomada para garantir a precisão de alguns acontecimentos.
Quem assistiu à série provavelmente se perguntou se a família Bridgerton realmente existiu. A resposta é não. Os membros da alta sociedade londrina foram criados por Julia Quinn e não há registros históricos que comprovem sua existência naquela época.
Bridgerton não é uma aula de história, não é um documentário. Na verdade, não existiam Bridgertons reais no período de Regência de Londres de 1813, pelo que eu sei. Honramos a história, é claro, mas não estamos em dívida com ela", explicou Chris Van Dusen, o criador da produção, em entrevista ao Daily Express.
Chris Van Dusen também esclareceu que o objetivo era fazer com que as pessoas se identificassem com os personagens e se envolvessem na história de cada um deles. "É um mundo reimaginado, e o que estamos realmente fazendo é casar a história e fantasia de uma forma que considero realmente emocionante".
De início, Julia Quinn planejou escrever uma trilogia, focando apenas em Daphne, Anthony e Colin, mas a história acabou se expandindo: "Quando comecei o primeiro livro, pensei que seria o primeiro de uma trilogia. Juro que não me recordava que tinha dado a Daphne sete irmãos e irmãs", contou ao site Goodreads.
O período escolhido para narrar a história da família Bridgerton é fortemente baseado na realidade. Muitas das tradições e estilos que vemos na série da Netflix realmente fizeram parte da vida londrina no século 19. Isso inclui a temporada social de jovens damas, como as famílias Featherington e Bridgerton, que eram apresentadas à sociedade para encontrar maridos promissores, principalmente em benefício das famílias.
Os bailes e os trajes, exceto pelos espartilhos, também faziam parte da rotina da aristocracia. Para garantir a precisão histórica desse universo, os criadores contaram com a ajuda da consultora histórica Hannah Greig, que já trabalhou em outras produções de época.
Os produtores de "Bridgerton" optaram por um elenco diversificado, mas foram historicamente corretos ao escalarem a atriz negra Golda Rosheuvel para o papel da Rainha Charlotte. Uma pesquisa genealógica conduzida pelo historiador Mario De Valdes revela que a monarca tinha ascendência negra, sendo descendente direta de Margarita de Castro y Sousa, um ramo negro da Casa Real Portuguesa.
Historiadores afirmam que os retratos de Charlotte exibem características africanas, e Mario De Valdes destacou que um médico da época utilizou uma frase racista para descrever a aparência da Rainha.
Registros históricos também confirmam que o rei George III sofria de problemas mentais, que com o tempo o incapacitaram de continuar governando, assim como retratado em ‘Bridgerton’.
O período Regencial, que serve como pano de fundo da história, recebeu esse nome porque o príncipe George IV assumiu o trono como regente, substituindo seu pai, com o apoio de sua mãe, a rainha Charlotte.
Uma das coisas que mais chamou a atenção dos espectadores de "Bridgerton" foi a aparente liberdade de algumas mulheres, mesmo em uma época tão conservadora. Um exemplo é Genevieve Delacroix (interpretada por Kathryn Drysdale), que gerencia seu próprio negócio. Na série, ela é a modista local, responsável por todos os vestidos femininos.
Historicamente, algumas mulheres realmente assumiram certas profissões no século 19, mas estas eram geralmente limitadas a áreas como educação, costura, trabalho doméstico e literatura.
Lady Whistledown, com suas publicações anônimas, foi a principal fonte de escândalos em "Bridgerton". Isso reflete uma prática comum da época. Durante o período, fofocas eram divulgadas em jornais e periódicos semanais que destacavam as polêmicas da alta sociedade. A historiadora Hannah Greig descobriu que um jornal diário tinha uma coluna dedicada a celebridades.
Intitulado "The Morning Chronicle", o periódico narrava os acontecimentos do mundo das celebridades em uma coluna chamada "inteligência da moda". A diferença estava no fato de que os nomes dos envolvidos eram ocultos, sendo mencionados apenas pelas iniciais.
De qualquer maneira, Bridgerton, ainda assim, é uma série de ficção. Embora muitos aspectos sejam baseados na realidade, os episódios não podem ser compreendidos como um documentário.
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