Em 1990, durante uma visita ao Brasil, Fidel Castro, presidente cubano, deu entrevista à jornalista Marília Gabriela; relembre!
Éric Moreira Publicado em 27/02/2024, às 10h56
Figura história controversa no século 20, Fidel Castro é considerado herói revolucionário por uns, e um tirano por outros. Ele foi um dos líderes da Revolução Cubana (1953 - 1959), e governou a República de Cuba com primeiro-ministro, entre 1959 e 1976, e depois no cargo de presidente, de 1976 a 2008.
Politicamente, Fidel Castro era nacionalista e marxista-leninista. Foram estes princípios que direcionaram os caminhos da revolução ocorrida em Cuba no século passado, liderada pelo próprio Castro e pelo revolucionário argentino Ernesto Che Guevara.
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Inserida em um contexto de Guerra Fria (1947 - 1991), a Revolução Cubana se colocou contra os valores daquele que sairia vencedor do conflito, os Estados Unidos capitalista.
Por isso, no século passado, a figura de Castro foi frequentemente atacada por nações e símbolos da direita, isso sem mencionar as acusações envolvendo repressão, perseguição e até de que Cuba vivia uma ditadura, na época.
Em meio a tudo isso, em 1990, Fidel Castro realizou uma visita ao Brasil e forneceu uma rara entrevista à jornalista e apresentadora de televisão Marília Gabriela, no programa 'Cara a Cara', da Band.
Quando questionado por Gabriela sobre o que aconteceria após sua morte, visto que Fidel era como uma espécie de "história viva de Cuba", o revolucionário aponta que centralizar a revolução nele não é o certo:
Dessa maneira, você individualiza em mim um esforço que foi feito por muita gente, o esforço de todo um povo. Se tudo isso acabar, eu deveria ser mandado para o inferno, um lugar mais ou menos digno para onde se deve mandar um indivíduo tão inapto e tão incapaz a ponto de pensar que pode construir uma obra social e uma obra revolucionária através de um esforço pessoal."
A isso, Castro acrescenta que acreditava que a revolução era "obra de todo um povo, feita por todo um povo, e defendida por todo um povo como uma mãe ou um pai defende seus filhos."
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Ainda durante conversa com Marília Gabriela, Fidel Castro afirma que, em Cuba, o talento do povo era desenvolvido. "E não só o talento técnico e científico, mas também o talento político", afirma.
E temos jovens maravilhosos que podem continuar a hora da revolução. E enquanto meu coração funcionar, meu cérebro trabalhar, e eu puder mover um dedo, serei soldado da revolução, servirei à revolução em qualquer lugar", conclui Castro.
Fidel Castro morreu no dia 25 de novembro de 2016, em Havana, Cuba, aos 90 anos, vitimado por causas naturais.
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